Mistério revelado: Alan Moore explica a ideia por trás do traje de Superman
Um dos maiores nomes dos quadrinhos, Alan Moore, odeia a indústria atual dos super-heróis. O autor reclama da mudança em heróis atuais.
Os quadrinhos sempre foram obras cheias de representação e de simbologias, inclusive com os seus heróis mais famosos. Um exemplo disso são as histórias dos X-Men, as quais nitidamente fazem referência às populações minoritárias no mundo, que são oprimidas por um sistema preconceituoso.
Contudo, mesmo que alguns acreditem que esse tom mais social que as histórias em quadrinhos possuem somente surgiu no final dos anos 1990, na realidade, existe desde a criação de muitos heróis, como é o caso do Superman.
Muitos pensam no grandioso Homem de Aço como o típico escoteiro americano. Entretanto, na realidade, a sua origem não poderia ser mais clara. Kal-El é um forasteiro, um imigrante que uma família americana adotou e que, portanto, foi nacionalizado como tal.
Apesar de sabermos que o agora Clark Kent é na realidade um alienígena, ainda assim ele não deixa de ser um imigrante nos Estados Unidos. País que, como sabemos, não possui uma política muito aberta a pessoas de fora.
Moore acredita que houve descaracterização dos super-heróis
Um dos maiores contribuintes para o mundo dos quadrinhos é Alan Moore, o criador de “Watchmen”, “Batman: A Piada Mortal”, “V de Vingança” etc. É perfeitamente perceptível pelas obras como o autor trabalha suas histórias, percebendo as mazelas da sociedade e destacando os seus problemas.
Sendo assim, não é nenhum mistério o porquê de Moore afirmar por mais de uma vez que odeia a atual indústria dos quadrinhos e dos super-heróis. De acordo com o autor, em entrevista para a Screen Rant, houve deturpação do verdadeiro significado dos super-heróis com o passar dos anos.
O autor faz uma ligação entre o significado original dos super-heróis e o traje do Superman, aquele que o herói vestia em seu surgimento.
O autor revelou que a intenção com o traje era apresentar um homem vestindo roupas extremamente coloridas e chamativas. Assim demonstrando um contraste com os outros imigrantes que viviam no país, que necessitavam usar roupas com cores apagadas e escuras para que não fossem facilmente identificados na multidão.
De acordo com suas palavras:
“Ele usava cores primárias brilhantes e podia pular as ruas pelas quais eles tinham que se arrastar em busca de trabalho. O primeiro Super-Homem espancava fura-greves e jogava donos de favelas para o alto.”
Alan Moore se diz muito incomodado com a mudança que o herói teve no decorrer dos anos, agora apresentado como um trabalhador de classe média, muitas vezes tratado, como dissemos no início desta matéria, como o típico escoteiro americano.