Cães de Chernobyl desenvolveram ‘DNA mutante’, aponta pesquisa
Na região de Chernobyl, alguns animais que vivem sem a presença de humanos têm material genético alterado.
Há 40 anos, na região da Ucrânia, ocorreu um desastre nuclear que causou muitas consequências à população. Atualmente, alguns animais vivem pelas ruas da área de Chernobyl e eles são descendentes dos que viviam na época do desastre.
Com a adaptação e sem a presença humana, eles permaneceram na área. Pensando nisso, alguns pesquisadores investigaram o nível de radiação desses animais e descobriram alterações no material genético dos cães de Chernobyl.
Radiação afeta genética de cães em Chernobyl
Outros estudos já haviam sido feitos com animais de menor porte, como pássaros e insetos. Porém, essa foi a primeira análise em animais maiores. De acordo com os pesquisadores, essa pesquisa pode ajudar a entender como a radiação funciona no corpo dos seres vivos ao longo dos anos.
O estudo analisou 302 cães que estavam em diferentes distâncias da usina onde ocorreu o desastre. O material genético dos cães que viviam entre 9 a 45 km da área afetada foi coletado, e os resultados mostraram que houve alterações no material genético dos cães de Chernobyl.
Aqueles que moravam na cidade próxima à área isolada, Pripyat, a qual foi abandonada, não apresentavam muita diversidade genética. No entanto, aqueles que estavam a cerca de 15 km da usina, na cidade de Chernobyl, e aqueles a 45 km, apresentaram diversidade genética considerável.
A primeira conclusão dos pesquisadores é que os animais mais distantes não se relacionavam com os mais próximos da região afetada. Algo que também pode ser explicado pela barreira entre uma cidade e outra.
Na visão dos cientistas, a exposição do animal à radiação pode ser uma das explicações para a distinção genética dos cães. Com o tempo, outros estudos poderão avaliar as consequências dessa radiação para saúde, comportamento e aparência dos animais.
Além disso, entender como essas modificações genéticas os ajudaram a sobreviver. Portanto, já que os cachorros e humanos compartilham espaço e alimentação, os achados do estudo podem ajudar na avaliação dos efeitos da radiação em seres humanos.