Estudos recentes sobre a ‘Geleira do Juízo Final’ preocupam cientistas

Os últimos estudos publicados na revista Nature, sobre a geleira Thwaites, conhecida como 'Geleira do Juízo Final', causam preocupação.

A 27ª Conferência do Clima das Organizações das Nações Unidas (COP 27) ocorreu entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022. Em todas as edições da conferência, são discutidas as ações para a diminuição da poluição global e o retrocesso do aquecimento global.

Esse último é um evento em escala mundial, que aumenta anualmente a temperatura média do planeta. Desse modo, gera diversas catástrofes ambientais que colocam em risco a sobrevivência da espécie humana.

Um dos efeitos do aquecimento global é o derretimento das calotas polares, o que aumenta exponencialmente o nível dos mares, colocando em risco milhares de vidas nos litorais de todo o mundo.

O aumento do nível do mar pode levar ao desaparecimento de diversas ilhas, assim como oferece um grande risco para cidades litorâneas, que podem, tal como as ilhas, desaparecer completamente do mapa.

Mesmo que pareça um exagero considerar que ilhas e cidades sofrerão com inundações, isso é uma realidade e desperta a preocupação de diversos cientistas. Principalmente daqueles que estudam a geleira Thwaites, conhecida por muitos como “Geleira do Juízo Final”.

Estado da ‘Geleira do Juízo Final’

Para aqueles que não a conhecem, a geleira Thwaites está na Antártica Ocidental e possui o tamanho do estado de São Paulo. Há muitos anos, a geleira tem o seu progresso de derretimento acompanhado por cientistas, dada a capacidade de destruição que o derretimento dela pode causar.

Segundo os dados mais novos, disponibilizados em duas pesquisas na revista virtual Nature, a geleira hoje já é responsável sozinha por 4% do aumento anual do nível dos mares. Caso se separe completamente do continente antártico, aumentará o nível do mar em 64 cm.

Mesmo que pareça pouco, lembre-se de que isso significa mais de meio metro de água, quantia suficiente para inundar diversas ilhas espalhadas pelo mundo, assim como muitas cidades costeiras.

De acordo com as pesquisas feitas na geleira, o derretimento está entre 2 m e 5 m por ano, o que se demonstrou menor em relação às últimas décadas, possivelmente em razão do esforço feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) para retardar o aquecimento global.

Ainda que o derretimento tenha se retardado levemente, ele não cessou e está ocorrendo em pontos frágeis da geleira, podendo ainda assim ocasionar o desprendimento.

De acordo com nota da professora Britney Schmidt, uma das responsáveis pela pesquisa:

“Essas novas formas de observar a geleira nos permitem entender que não é apenas quanto derretimento está acontecendo, mas como e onde está acontecendo.

Vemos fendas, e provavelmente terraços, em geleiras em aquecimento como Thwaites. A água quente está entrando nas rachaduras, ajudando a desgastar a geleira em seus pontos mais fracos.”

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