Vidro amarelo encontrado na África pode ter origem alienígena; saiba mais

Revelações fascinantes sobre o 'vidro do deserto da Líbia' tem uma possível origem extraterrestre.

Quem percorre o vasto Grande Deserto do Mar de Areia, uma extensão imponente de 72 mil km² que conecta o Egito à Líbia, pode se deparar com uma descoberta intrigante: pedaços de vidro amarelo pontilhando a paisagem arenosa.

Batizado como ‘vidro do deserto da Líbia’, esse material peculiar foi catalogado pela primeira vez em um artigo científico de 1933.

A partir de então, ele tornou-se objeto de fascínio para colecionadores de minerais devido à sua beleza singular e relativa raridade. Entretanto, sua origem permaneceu envolta em mistério por décadas, até agora.

A hipótese de uma origem extraterrestre ganha força à medida que avanços na tecnologia de microscopia revelam novas perspectivas sobre o vidro amarelo.

Vidro amarelo encontrado na África sob perspectiva microscópica. – Imagem: Elizaveta Kovaleva/Reprodução

Cientistas, em colaboração com pesquisadores da Alemanha, Egito e Marrocos, conduziram uma investigação liderada pela pesquisadora Elizaveta Kovaleva, que aponta para uma conclusão intrigante: o vidro amarelo do deserto da Líbia tem sua origem em um impacto meteorítico na superfície terrestre.

O debate sobre a origem desse vidro tem perdurado por quase um século, com teorias variando desde vulcões lunares até eventos atmosféricos na Terra.

No entanto, análises detalhadas por meio de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) oferecem uma nova narrativa.

Kovaleva e sua equipe concluíram que o vidro só poderia ser formado em temperaturas extremas, entre 2.250 °C e 2.700 °C, condições que indicam um impacto meteorítico ou uma explosão nuclear na crosta terrestre.

A idade do vidro, determinada em cerca de 29 milhões de anos por estudos anteriores, gerou dúvidas devido à discrepância com a região relevante do deserto.

A análise TEM, baseada em amostras recentemente coletadas, proporcionou uma compreensão mais precisa das condições de formação do mineral.

Contudo, a descoberta levanta novos questionamentos, uma vez que nenhuma cratera conhecida nas proximidades possui o diâmetro necessário para justificar a formação desse vidro.

Os pesquisadores agora enfrentam o desafio de decifrar esse enigma adicional, lançando luz sobre o possível local do impacto original.

O vidro amarelo da Líbia, há muito tempo um quebra-cabeça geológico, parece guardar segredos que ultrapassam as fronteiras do nosso planeta.

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