Videogames podem ajudar pessoas com Parkinson a viver melhor
Pesquisa feita pela UnB em parceria com a Universidade de Palermo revela melhoras significativas após uso de exergames no tratamento de Parkinson.
Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) fizeram um estudo piloto, em parceria com a Universidade de Palermo, na Itália, que aponta resultados positivos do uso de treinos com exergames (videogames que exigem esforço físico) na recuperação de pessoas com Parkinson.
Para aferir os efeitos benéficos da metodologia, a pesquisa fez uma comparação dos pacientes que usam videogame com pacientes que usam, exclusivamente, a terapia motora (convencional).
A doença é hoje a segunda mais prevalente no mundo, do grupo de enfermidades neurodegenerativas. De 10% a 20% dos casos, acometem adultos jovens, com menos de 50 anos, e o restante se aplica a idosos.
A reabilitação de um paciente com Parkinson é feita, geralmente, por uma equipe multidisciplinar e métodos com uso de realidade virtual, aumentada ou de exergames vêm ganhando espaço, em razão dos efeitos positivos na realização de tarefas motoras ou cognitivas.
Ente pesquisa
Método de tratamento envolve uso de dispositivos de realidade virtual. – Foto: Reprodução
Para realizar o estudo, pesquisadores começaram pela hipótese de que exercícios virtuais são capazes de estimular certas áreas do cérebro, ocasionando alterações neurofuncionais que melhoram a estrutura e a conectividade neuronal.
Os resultados e efeitos do treinamento por meio da reabilitação virtual foram avaliados por ressonância magnética.
Dez pacientes foram submetidos à avaliação, que inclui desempenho cognitivo e ressonância funcional, antes e após o treino feito com Wii (exergame) e o treino convencional.
Os métodos foram aplicados por 10 dias, distribuídos ao longo de duas semanas. Depois de um intervalo de 45 dias, aqueles pacientes que passaram pelo treinamento por exergame foram transferidos para o tratamento convencional, e vice-versa.
Os resultados obtidos
Após serem submetidos, novamente, a ressonâncias magnéticas e avaliação cognitiva, ficou constada uma melhora na memória, na atenção, nas funções executivas e visuoespaciais, em comparação ao início do treinamento.
No que se refere à diferenças de cognição, não foram observadas grandes diferentes com a prática do exergame, mas houve uma melhora mínima, segundo os pesquisadores.
As análises sugeriram, ainda, que o treinamento com Wii é capaz de promover avanços na conectividade funcional do cérebro, especialmente nas áreas relacionada à execução motora, planejamento, funções visuais, de memória e somatossensoriais.
Os exergames já estão presentes na pesquisa clínica há bastante tempo, mas ainda não existe uma cultura consolidada de uso na reabilitação e no tratamento.
A pesquisa da UnB veio para mostrar as vantagens que podem ser obtidas, principalmente no caso do Parkinson, que é uma doença progressiva, caracterizada pela degeneração de neurônios.