Verão em junho? El Niño provoca aumento de temperatura global nunca antes visto nessa época do ano
Dados mostram que a chegada do El Niño pode trazer aumento recorde de temperatura global no mês de junho, mas outros fatores também influenciam essa possibilidade.
Um dos assuntos mais pautados em discussões sociais sobre o futuro da humanidade é, sem dúvidas, o aquecimento global.
Esse aumento de temperatura média tanto do oceano quanto da parte atmosférica mais próxima à superfície é especialmente preocupante devido à interferência humana, sendo um dos principais fatores responsáveis pelo fenômeno.
Essa situação se torna ainda mais alarmante com os recentes dados que mostram um aumento recorde de temperatura neste mês de junho, sendo o maior já registrado para o período.
Segundo François-Marie Bréon, vice-diretor do Laboratório de Clima e Ciências Ambientais (LSCE), isso não é surpreendente, já que há também a influência do El Niño.
El Niño trará o mês de junho mais quente já visto
O El Niño é um fenômeno natural que tem como resultado o aquecimento anormal do oceano Pacífico na porção equatorial.
O Programa Copernicus, responsável por observar os dados referentes ao mês de junho e localizado em Bonn, na Alemanha, também marcou o mês de maio deste ano como tendo o maior aumento de temperatura oceânica conhecido.
Sobre isso, François afirma:
“Se um ano é particularmente quente, isso não é necessariamente significativo, mas o que fica claro é essa forte tendência, que mostra um aumento nas temperaturas de cerca de 0,2°C por década.”
Além disso, pela primeira vez em um mês de junho, Copernicus revelou temperaturas de mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, limite estabelecido em 2015, no Acordo de Paris sobre o Clima. Porém, esse limite já foi ultrapassado para outros meses do ano.
Principal causa apontada
O Acordo de Paris estabelece limites de aumento da temperatura média mundial de até 1,5 °C. Contudo, essa elevação acima do limite traz consequências graves, podendo levar a crises climáticas globais.
Segundo Richard Hodgkins, professor de Geografia da British Universidade de Loughborough, o constante aumento do uso de combustíveis fósseis está causando esse aumento desproporcional, podendo causar o desgelo dos polos e incêndios florestais graves, além da seca em algumas regiões do planeta.
Ele afirma:
“Os anos de El Niño sempre foram quentes, mas agora eles vêm em um cenário de aquecimento alimentado pelo uso de combustíveis fósseis, década após década, que tornou as temperaturas extremas mais prováveis.”