Teoria sobre placas tectônicas levanta questões sobre geologia do Himalaia

Pesquisadores repensam a formação geológica do Himalaia; entenda o motivo.

As placas tectônicas são grandes fragmentos da crosta terrestre que se movem sobre o manto do planeta.

Tais movimentos, por sua vez, são impulsionados pela convecção do material semifluido abaixo da crosta.

Nesse sentido, as placas interagem em bordas onde podem se afastar, criando assim margens divergentes; colidir, gerando assim bordas convergentes; ou deslizar lateralmente, acarretando margens transformantes. Confira a ilustração:

As placas tectônicas criam limites divergentes, transformantes ou convergentes – Imagem: Shutterstock/ Reprodução

Essas interações influenciam diretamente a formação dos relevos terrestres. Por exemplo, nas margens convergentes, onde as placas se chocam, pode haver o surgimento de cadeias montanhosas.

Lugares como os Andes na América do Sul ou o Himalaia entre a Índia e a Ásia são exemplos desse tipo de margem.

Nas margens divergentes, como as dorsais oceânicas, ocorre a formação de cadeias de montanhas submarinas e vulcões.

Já nas margens transformantes, onde as placas deslizam uma ao lado da outra, podem ocorrer falhas e terremotos.

Por isso, a movimentação das placas tectônicas desempenha um papel fundamental na criação e modelagem dos relevos terrestres ao longo do tempo geológico.

Acontece que uma nova teoria intrigante está desafiando as concepções convencionais sobre a formação geológica do Himalaia e as interações das placas tectônicas na região.

O que sugere a nova teoria?

A geografia da Índia, fortemente moldada pela placa tectônica associada ao subcontinente, tem sido objeto de intensa pesquisa e debate de geólogos, especialmente em relação aos processos que deram origem à majestosa cordilheira.

O Himalaia, lar dos picos mais altos do mundo, por exemplo, o Everest, é o resultado de milhões de anos de atividade tectônica, incluindo a colisão da placa indiana com a placa euroasiática.

No entanto, uma nova hipótese agora sugere uma dinâmica ainda mais complexa do que se imaginava. Nesse contexto, a teoria propõe a possibilidade de uma ruptura horizontal de uma placa tectônica.

Se isso for comprovado, este será um fenômeno nunca considerado na formação do Himalaia.

Segundo os proponentes, uma parte da placa indiana poderia passar por um processo de subducção, enquanto outra permaneceria superficial, envolvendo a placa euroasiática, de maneira análoga ao corte de um pão para fazer um sanduíche.

Apresentada durante a conferência da União Geofísica Americana, tal hipótese desafia a visão anterior de que a placa indiana estava unicamente em processo de subducção sob a placa euroasiática.

A possibilidade de uma ruptura horizontal adiciona uma camada de complexidade à compreensão da geologia do Himalaia e levanta questões importantes sobre os processos nessa questão.

Conferência da União Geofísica Americana tem uma nova teoria para a formação do Himalaia – Imagem: Reprodução

Enquanto os cientistas continuam a investigar essa nova perspectiva, observações similares são destacadas em outros contextos geológicos, como na África, onde uma fratura futura poderia dividir o continente ao longo de um eixo norte-sul, reorganizando as placas tectônicas e influenciando a deriva continental.

Na prática, a descoberta desafia as ideias estabelecidas sobre a dinâmica das placas tectônicas e ressalta a constante evolução do nosso entendimento sobre a geologia da Terra.

De modo geral, a compreensão desses processos não apenas lança luz sobre o passado, mas também é fundamental para prever e entender os eventos geológicos futuros que moldam nosso planeta.

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