Start-up indiana pretende reduzir custos de satélites
À medida que as empresas constroem novas redes de internet, inúmeros lançamentos de satélites estão previstos para os próximos anos.
Por trás do primeiro lançamento espacial privado da Índia, está uma start-up que planeja colocar um satélite em órbita no próximo ano e espera poder fazê-lo pela metade do custo das empresas de lançamento estabelecidas, segundo os fundadores da Skyroot Aerospace.
A empresa possui sede em Hyderabad e recebe apoio do fundo soberano de Cingapura, GIC. Segundo a companhia, os 68 milhões dólares que levantou financiariam seus próximos dois lançamentos, acrescentando que está em contato com mais de 400 clientes em potencial.
Milhares de pequenos lançamentos de satélites estão sendo planejados para os próximos anos, pois as empresas estão construindo redes para fornecer serviços de banda larga, como o Starlink da SpaceX.
Além disso, também precisam desses recursos para alimentar aplicativos como rastreamento de cadeias de suprimentos ou monitoramento de plataformas de petróleo offshore.
Nesse contexto, a Skyroot enfrenta rivais estabelecidos e promissores no lançamento de foguetes e que também prometem reduzir os custos.
Na China, por exemplo, a start-up Galactic Energy colocou cinco satélites em órbita na semana passada em seu quarto lançamento bem-sucedido.
A Skyroot, que lançou um foguete de teste também na semana passada, espera reduzir o custo de um lançamento em 50% em comparação com os preços atuais de concorrentes estabelecidos.
Foto: EPA-EFE (Reprodução)
Pawan Chandana, um dos dois cofundadores da Skyroot, disse que espera um aumento na demanda pelos serviços de lançamento da empresa se ela se provar com lançamentos marcados para o próximo ano:
“A maioria desses clientes vem construindo constelações e as lançará nos próximos cinco anos”, disse ele.
“Três ou quatro meses atrás, quando conversávamos com investidores, uma das maiores perguntas que eles faziam era se o governo estava nos apoiando”, disse o cofundador da Skyroot, Bharath Daka.
Essa abertura de portas para empresas espaciais privadas na Índia é recente, feita em 2020 com uma revisão regulatória e uma nova agência para impulsionar os lançamentos do setor privado.
Antes disso, as empresas só podiam atuar como contratadas da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), uma agência espacial do governo com reputação própria de engenharia frugal.
A missão do país para Marte em 2014 custou 74 milhões de dólares, menos do que o orçamento do filme espacial de “Hollywood Gravidade”.
Chandana e Daka acreditam que o custo de lançamento por quilograma de um satélite pode ser reduzido para quase US$ 10 de milhares de dólares atualmente, uma meta que pode derrubar a economia do comércio espacial e que se inspira em seu ídolo: CEO da SpaceX, Elon Musk.
“A SpaceX é um símbolo de grande inovação e grande validação de mercado”, disse Chandana, acrescentando que não tiveram a chance de falar com Musk.
“No momento, achamos que ele provavelmente está ocupado gerenciando o Twitter”, disse ele.
A Skyroot, fundada em 2018, quando Chandana e Daka deixaram seus empregos na ISRO, estabeleceu uma meta para desenvolver foguetes por um quinto dos custos atuais da indústria.
O foguete Skyroot que atingiu 89,5 km de altitude no lançamento de teste da semana passada usou componentes de fibra de carbono e peças impressas em 3D, incluindo os propulsores.