Sonhe sem limites: IA promete fornecer controle total dos seus sonhos

Desde a antiguidade, a humanidade deseja poder controlar os sonhos, de modo a viver aventuras durante as horas de repouso.

Existem diversos mitos atribuindo tal controle a diferentes deuses e entidades poderosas, como na Mitologia Grega, que afirmava que uma Morpheus detinha esse domínio.

Porém, o inimaginável aconteceu: uma tecnologia desenvolvida a partir de inteligência artificial (IA) promete possibilitar isso.

Quem está criando esse mecanismo é uma startup chamada ‘Prophetic’, e o sistema foi nomeado justamente homenageando a divindade dos sonhos grega, se chamando ‘Morpheu-1’.

Logo, a proposta inicial é de que o aparelho possua um formato semelhante ao de uma tiara. O ‘Halo’ (auréola em tradução literal) é a base da invenção, sendo equipado com uma plataforma inteligente que possibilitará a um ser humano sonhar lucidamente quando desejar.

O controle do sonhar pode se tornar uma realidade

Frequências sonoras utilizadas no invento para induzir um estado de ‘sonho lúcido’ – Vídeo: YouTube/Reprodução

Conforme a empresa desenvolvedora, o principal objetivo é expandir as fronteiras da consciência humana, promovendo que as pessoas influenciem e explorem melhor a área do sonhar.

Apesar de o projeto inicial já ter sido apresentado há alguns meses, passos importantes foram dados desde então.

Uma versão beta do Halo foi prometida para ser lançada no próximo trimestre deste ano (2024). O sistema utiliza uma técnica que envolve uma estimulação de cunho ‘transcraniano’, capaz de moldar a atividade cerebral através de ondas sonoras de alta frequência, não perceptíveis ao ouvido humano.

A metodologia é não invasiva e tem por objetivo ativar algumas áreas específicas do referido órgão, comumente associadas ao sonhar lúcido.

A companhia explica que, ao contrário dos outros modelos maiores existentes, o ‘Morpheus -1’ não usa palavras ou frases, mas o estímulo ocorre por estados cerebrais.

A tecnologia gera hologramas ultrassônicos para neuroestimulação, levando o indivíduo a um estado de ‘sono desperto’.

Entretanto, apesar do otimismo dos desenvolvedores, alguns especialistas afirmam que é preciso ter cautela em utilizar aparatos como este para influenciar essa área tão delicada da vida.

Para estudiosos como Guy Leschziner, professor de medicina do sono e neurologia, o nosso cérebro é uma estrutura bastante complexa e intervenções dessa natureza precisam ser compreendidas de maneira mais aprofundada.

Também existe todo um debate ético, além das consequências a longo prazo sobre tais induções.