Sistema solar descoberto por brasileiro pode ter uma Terra semelhante à nossa?

O sistema solar nomeado de HIP 104045, até o momento, possui dois planetas descobertos. No entanto, esse número pode ser maior do que aparenta.

Há muitos anos, cientistas buscam por outras Terras no universo, seja para encontrar um novo lar em casos catastróficos, ou para talvez encontrar vida desenvolvida.

Pensando nisso, há quase dez anos astrônomos e outros cientistas utilizam o High Accuracy Radialspeed Planet Searcher (HARPS), do telescópio La Silla, para tentar encontrar planetas como a Terra ou semelhantes a ela.

A última descoberta feita pelo HARPS foi um sistema solar que possui uma estrela muito semelhante ao nosso Sol, além de dois planetas muito parecidos com Júpiter e Netuno. O acontecimento foi noticiado pelo Multiverso Notícias, e pode ser visto aqui. A equipe de cientistas que fez a descoberta, por acaso, é liderada pelo brasileiro Thiago Ferreira, da USP.

O sistema solar está muito perto do nosso, apenas a 175 anos-luz de distância (acredite, é pouco). O mesmo foi nomeado de HIP 104045, e conta até o momento com dois planetas descobertos: um muito similar a Júpiter, mas com metade de sua massa, e o outro similar a Netuno, mas com 2,5 vezes sua massa.

O que essa descoberta impacta em nossa vida?

Mesmo que a equipe liderada por Ferreira tenha encontrado no sistema somente dois planetas, novas descobertas são esperadas. É comum que encontremos novos corpos celestes em nosso sistema solar até hoje, então é possível que ainda não tenhamos visto tudo de HIP 104045. Portanto, é bem provável que o mesmo apresente uma planeta terrestre semelhante à Terra.

O que acontece é que a existência de planetas gasosos com uma massa semelhante à de Júpiter favorece a proteção do sistema solar interno. Explicando melhor, o nosso sistema solar é composto por oito planetas, sendo quatro terrestres (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e quatro gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno).

Os planetas terrestres ou internos ficam mais próximos ao Sol, são compostos por rochas e elementos pesados e são bem menores. Enquanto isso, os planetas gasosos ou externos ficam mais longe do Sol e são compostos por poeira, gás e elementos mais leves, além de serem muito maiores.

Esse padrão se repete em outros sistemas solares, com quantidades diferentes de planetas. Como sabemos, Júpiter devido à sua massividade, atrai muitos objetos que poderiam se chocar com a Terra, mas não o fazem pela “proteção” do primeiro. Sendo assim, outros sistemas que oferecem essa proteção podem favorecer o desenvolvimento dos planetas internos com uma biosfera propensa à vida.

No entanto, mesmo que seja possível, não é algo simples ou fácil de acontecer, e é exatamente isso que os cientistas estudam para cada vez mais nos oferecer mais compreensão sobre o nosso universo.

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