Saúde cerebral: estímulos olfativos durante o sono podem ajudar a manter a cognição intacta

Descubra como certas fragrâncias podem desencadear um aumento na função cognitiva durante o sono, mesmo com o avanço da idade.

O desenvolvimento do cérebro humano é a chave para o conhecimento e a racionalidade. Por isso, a humanidade busca incansavelmente solucionar os problemas relacionados à degeneração cognitiva que acompanha naturalmente o avanço da idade.

Sabe-se que o aprendizado e o aprimoramento de capacidades intelectuais se desenvolvem a partir de estímulos recebidos e interpretados. Por isso, para amenizar a perda de funções cerebrais, é recomendada a prática frequente de exercícios mentais.

Contudo, a grande maioria das pessoas dá prioridade aos estímulos visuais e auditivos, tais como a leitura, a música, o entendimento de artes, entre outros. No entanto, novas descobertas científicas apontam para um sentido pouco destacado, que parece possuir grande capacidade de manter as atividades cerebrais: o olfato.

Estímulos aromáticos podem influenciar na manutenção cognitiva

Foto: cottonbro studio/Pexels/Reprodução

Um recente estudo publicado na revista Frontiers in Neuroscience, desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, revela que a chave para manter a saúde mental ao longo dos anos pode estar na exposição aromática durante a noite.

Os pesquisadores já sabiam da correlação entre as capacidades olfativas e os estímulos cerebrais. Por isso, reuniram 43 participantes para a pesquisa, selecionados por idade e sexo, entre mulheres e homens de 60 a 85 anos.

A metodologia do teste consistiu em expor metade dos participantes, em uma amostra teste, às fragrâncias de alecrim, laranja, rosa, limão, eucalipto, hortelã-pimenta e lavanda.

Enquanto isso, a amostra de controle era submetida aos estímulos falsos de óleos difusores, que deveriam ser usados por todos durante pelo menos duas horas por noite durante seis meses.

A partir da análise de resultados em testes aplicados antes e depois da exposição noturna frequente, percebeu-se que os participantes expostos às fragrâncias reais obtiveram resultados 226% mais claros do que o grupo de controle.

Mas como esse resultado é possível?

Segundo o neurobiólogo Michael Yassa, um dos principais autores do estudo, o olfato possui ligações biológicas diretamente relacionadas à memória cerebral.

Em outras palavras, o estímulo de uma parte tão importante, para a qual não existe tratamento para sua perda, assim como os óculos são para os olhos, influencia significativamente a capacidade intelectual.

Além disso, constatou-se que o grupo exposto aos estímulos aromáticos desenvolveu uma maior conexão anatômica na área do cérebro relacionada à memória e a decisões críticas.

Embora sejam necessários mais estudos para obter uma conclusão sólida, é possível observar que a prática de diversas funções cerebrais, além da exploração de nossas habilidades, pode auxiliar na manutenção da saúde cognitiva.

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