Nos últimos dias surgiu a notícia de que o filme live action dos Cavaleiros do Zodíaco estava finalizando suas gravações.
Essa novidade pegou muita gente de surpresa, já que muitos sabiam que um filme do Seiya e companhia estava previsto, mas não tinham conhecimento do pé em que a produção estava. Alguns mais céticos até duvidavam que a película fosse sair mesmo…
Mas ao que tudo indica o filme vai sair, os atores são bons e a expectativa para os fãs do anime e mangá estão altas. Tudo bem que a estreia do filme ainda está longe, para 2023, o que parece indicar que o filme terá muita CGI envolvida, já que o intervalo entre as gravações e o lançamento é de mais de um ano.
É óbvio que a notícia animou aqueles saudosistas, principalmente os que cresceram nos anos 90, quando a “febre” Cavaleiros do Zodíaco tomou conta de todo o Brasil. Não é exagero dizer que quase toda criança tinha uma camiseta, um caderno ou um bonequinho dos Cavaleiros.
O fenômeno foi gigantesco.
Quase toda semana os Cavaleiros do Zodíaco estavam nas capas das poucas revistas especializadas na cultura geek. Eram os tempos da saudosa revista “Herói”, que trazia, semanalmente, notícias sobre os heróis da Marvel e DC, Power Rangers, sobre seriados, desenhos e, é claro, Cavaleiros do Zodíaco.
Sim, meu caro leitor, eram tempos em que a internet praticamente não existia no Brasil. Se a internet era quase inexistente, imagine sites que tratavam sobre isso… Foram tempos duros para os geeks!
Eram tempos em que a televisão dominava as nossas tendências. Então era normal que fizesse sucesso aquilo que estivesse “bombando” nas telinhas, principalmente na Globo e SBT, que eram as maiores redes da época.
E aí é que reside a mística em torno do anime: era um programa que passava na extinta Manchete, uma rede de TV que estava longe de ser a de maior audiência e, em muitos locais do Brasil, só era possível assistir a emissora com a instalação de antenas parabólicas (sim, a TV à Cabo também ainda não era exatamente popular por aqui).
Cavaleiros do Zodíaco conquistou crianças e adolescentes
Mas o fato é que, de alguma forma, os Cavaleiros do Zodíaco chegavam para as crianças e adolescentes. Nas conversas entre amigos, todos queriam saber como o Hyoga venceria o Cavaleiro de Aquário. Ou como o Shiryu voltaria a enxergar. Ou como a Saori seria salva da enrascada da vez.
Nas brincadeiras, todos queriam ser algum cavaleiro, o que poderia render algumas brigas e discussões, mas que eram rapidamente resolvidas e a brincadeira prosseguia.
Após esse “período de ouro” dos Cavaleiros do Zodíaco, até tentaram fazer a febre voltar durante os anos 2000, com reprises do anime na Band e no Cartoon Network. Também foram feitas novas séries, mas que não caíram no gosto do público.
Talvez os mais jovens virem o rosto para o anime dos Cavaleiros e prefiram outras opções. Mas é certo que o sucesso da criação de Masami Kurumada abriu as portas para outros animes no Brasil, tais como Dragon Ball e Pokemon. Importante frisar que não se está colocando em cheque se um anime fez mais sucesso que o outro, mas sim que os Cavaleiros do Zodíaco ajudaram a consolidar o gênero no Brasil.
O desafio do filme será grande: terá que agradar os fãs de longa data e, ao mesmo tempo, preparar o terreno para um público novo. Se levarmos em consideração que os conceitos são amplos (mitologias antigas, pluralidade cultural, misticismo etc), o público alcançado também será amplo, o que pode ajudar bastante no sucesso do longa.
Este pode ser o maior desafio para os defensores da Deusa Atena! Resta saber se eles estão preparados!