Quando a vida deixará de existir na Terra? Pesquisadores trazem nova previsão

Estudo da Universidade de Chicago revela como o ciclo solar pode determinar o fim da vida na Terra

O fim dos tempos é um tema que fascina a humanidade há séculos, alimentando debates científicos, religiosos e culturais. Em 2012, a suposta previsão maia sobre o apocalipse movimentou o mundo, mas se revelou um equívoco interpretativo. Desde então, avanços científicos têm trazido novas luzes para compreender o destino do planeta Terra.

Agora, uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Chicago aponta que o envelhecimento do Sol será um fator determinante para o futuro da vida na Terra.

O estudo sugere que, apesar do cenário assustador, o impacto pode ser adiado graças a complexos processos naturais que desaceleram o fim.

Ciclo do Sol e o futuro do carbono na Terra

Terra
Com a extinção das plantas e o calor extremo, a Terra poderá enfrentar o colapso da vida, apontam cientistas. (Foto: Kard/Getty Images)

À medida que o Sol envelhece, ele se torna 10% mais brilhante a cada bilhão de anos, aumentando gradualmente a temperatura da Terra. Esse aquecimento acelera processos de intemperismo, em que rochas de silicato absorvem dióxido de carbono (CO₂) e reduzem sua concentração na atmosfera.

Embora o CO₂ seja essencial para a fotossíntese, sua diminuição ameaça a sobrevivência das plantas.

Entretanto, os cientistas identificaram que esse processo não ocorre de forma linear. O intemperismo responde de maneira menos sensível ao aumento da temperatura do que se imaginava, o que desacelera a redução de dióxido de carbono. Essa descoberta aponta para uma possível extensão do prazo de vida vegetal no planeta.

Apesar disso, o estudo destaca que, com o aumento contínuo do calor solar, o ciclo do carbono atingirá um ponto crítico, comprometendo a atmosfera e iniciando o declínio da biosfera terrestre.

O impacto para plantas e animais

As plantas C3, que compõem a maioria da flora terrestre, serão as primeiras a desaparecer, incapazes de realizar fotossíntese em condições mais quentes e secas.

Isso dará lugar às plantas C4, como milho e cana-de-açúcar, que são mais resilientes. No entanto, mesmo essas espécies sucumbirão dentro de 500 milhões de anos.

Com a extinção da vegetação, a cadeia alimentar terrestre enfrentará um colapso, afetando gravemente a vida animal. Nesse cenário, micro-organismos anaeróbicos poderão sobreviver por mais tempo, mas o processo culminará quando as águas dos oceanos começarem a evaporar, o que marcaria o fim definitivo da biosfera.

Limitações e possibilidades futuras

Mesmo com essas novas projeções, os cientistas alertam para as limitações dos modelos utilizados. Fatores como o ciclo da água e os efeitos das nuvens ainda precisam ser incorporados às simulações para refinar as estimativas.

Além disso, a pesquisa sugere que esses cálculos podem contribuir para identificar bioassinaturas em planetas distantes, ampliando o conhecimento sobre as condições necessárias para sustentar a vida.

Enquanto isso, as descobertas ajudam a entender melhor os processos que moldam o futuro da Terra, oferecendo uma visão complexa e fascinante sobre a sobrevivência do planeta e de seus habitantes.

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