Fuso horário na Lua: entenda por que cientistas querem criá-lo
A Agência Espacial Europeia está criando, em conjunto com outras agências, um fuso horário para Lua. Mas, afinal, por que isso está sendo feito?
O projeto Artemis está cada vez mais perto de pousar, levando novamente o ser humano à Lua. Porém, a NASA não é a única agência espacial interessada em desenvolver pesquisas no solo lunar. Aparentemente, estamos alguns passos mais perto de realmente começar a colonização de nosso satélite natural.
Uma notícia que tem sido muito comentada atualmente está relacionada à criação de um fuso horário da Lua. Segundo os cientistas envolvidos neste projeto, considerando a grande quantidade de projetos futuros atuando no satélite e o maior tempo de duração destes, é necessário que a Lua possua um horário próprio.
Isso porque o tempo passa mais rápido em nosso satélite, sendo de 56 microssegundos. Mesmo que esse período seja extremamente pequeno, ele se acumula com o passar do tempo, similar à necessidade de um ano bissexto.
Portanto, sem esse fuso horário, em viagens e explorações cada vez mais longas, haveria problemas de comunicação dos astronautas e maquinários com a Terra.
Sendo assim, além de favorecer a comunicação Terra-Lua, o fuso horário lunar também é importante para a comunicação entre diferentes equipes atuando no satélite.
Sendo assim, os cientistas da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês) estão conversando com outras agências espaciais de vários países para que, juntos, possam determinar como calcular e determinar corretamente esse novo fuso horário.
Por que há uma diferença de tempo?
O grande gênio Albert Einstein foi o responsável por responder à pergunta presente no título acima. O cientista propôs para a academia a sua Teoria de Relatividade Geral, a qual explica que o universo não é composto por apenas espaço, mas sim, pelo espaço-tempo.
Resumindo e simplificando o máximo possível, a Relatividade Geral funciona da seguinte maneira: segundo a teoria, os corpos celestes, com sua enorme densidade, “deformam” o espaço-tempo à sua volta. Isso gera, por exemplo, a atração gravitacional, ou gravidade.
Sendo assim, todo corpo, por menor que seja, distorce em algum nível a realidade, inclusive você e tudo à sua volta. Portanto, ao mesmo tempo em que a Terra está exercendo força sobre você, você exerce força sobre a Terra. Contudo, as quantidades são imensamente diferentes.
Mas falando em termos astronômicos, Einstein propôs que o espaço não está desvinculado do tempo, portanto, quanto maior a força que um corpo exerce sobre o espaço, atraindo tudo à sua volta, ao mesmo tempo ele também está mexendo com o tempo, tornando-o mais rápido ou lento, ou seja, o distorcendo.
Mesmo que, para quem esteja mais próximo da singularidade, o tempo passe normalmente, para quem está fora, o tempo está extremamente lento.
Essa teoria é vista “em prática” no filme “Interestelar”, no qual dois personagens vão em uma missão próxima a um Buraco Negro, o qual exerce uma distorção espaço-tempo tão grande que é praticamente impossível de se calcular.
Ainda que a distância entre a nave de controle e o planeta não fosse tão diferente, por estarem próximos ao Buraco Negro, o tempo passou extremamente devagar para os personagens. Assim, mesmo que pra eles tenham sido apenas alguns minutos, para o tripulante da nave, foram anos que se passaram.