Primeiras estrelas do Universo podem ter sido descobertas pelo telescópio espacial James Webb
Saiba como o James Webb pode ter revelado possíveis evidências das primeiras estrelas formadas após o Big Bang.
Pela primeira vez, a luz das estrelas mais antigas do universo pode ter sido observada por cientistas utilizando o Telescópio Espacial James Webb.
Imagens revelaram uma galáxia distante (GN-z11) cuja luz viajou pelo espaço por mais de 13 bilhões de anos. Os resultados estão revolucionando nossa compreensão da história cósmica.
A descoberta da galáxia GN-z11
A GN-z11, a galáxia em questão, já havia feito manchetes anteriormente como uma das mais distantes já conhecidas.
Localizada a uma distância colossal, a imagem capturada pelo James Webb mostra a galáxia como ela era quando o universo tinha apenas 430 milhões de anos.
Segundo os cientistas, a luz viajou por mais de 13 bilhões de anos antes de chegar ao telescópio.
Análise da luz das estrelas revela dados intrigantes
Telescópio James Webb revela possível existência da primeira geração de estrelas – Imagem: NASA, ESA, P. Oesch/Reprodução
A ferramenta usada pelos cientistas para analisar os astros distantes é o espectrógrafo, um instrumento que coleta luz e revela elementos químicos em estrelas e galáxias.
Essa técnica é importante para determinar a idade dos objetos cósmicos.
Após a análise da luz coletada da GN-z11, os pesquisadores descobriram uma surpresa: a ausência de elementos além do hidrogênio e do hélio.
Sinais das lendárias estrelas de População III
Essa descoberta, divulgada recentemente na revista Nature, deu pistas de que as estrelas observadas na GN-z11 poderiam ser as chamadas estrelas de População III.
As teorias propõem que essa primeira geração de estrelas, formadas apenas por hidrogênio e hélio, deve ter surgido após o Big Bang.
Antes delas, o universo não possuía outros elementos mais pesados que o hélio, já que todos os outros são resultados da fusão nuclear no núcleo das estrelas.
Encontrando evidências da primeira geração de estrelas
Ancorados em estudos anteriores, os pesquisadores agora concentram-se em um brilho incomum encontrado na GN-z11, algo também observado em outras galáxias distantes avistadas pelo James Webb.
Descobriu-se que o brilho proveniente de um grande aglomerado de gás hélio estava sendo ionizado por algo extraordinariamente luminoso e, segundo as teorias, somente as estrelas de População III possuíam a radiação suficiente para tal feito.
Embora indiretas, essas evidências apontam fortemente para a existência da mítica primeira geração de estrelas.
A equipe responsável continua a estudar o GN-z11 para compreender melhor a relação entre essas antigas estrelas e o surgimento de elementos mais pesados no universo.
Se confirmada, esta descoberta terá uma enorme repercussão no entendimento da evolução cósmica. É uma revolução na astrofísica, possibilitada pelo poder do telescópio James Webb.