Rumores: a premiação do Globo de Ouro de fato perdeu sua essência?
Marcado por escândalos, polêmicas e nomeações duvidosas, o evento divulgou uma lista mais concisa de nomeados para este ano.
Após as acusações de compra de votos e falta de diversidade entre os jurados do Globo de Ouro, que já está na 80ª edição, a premiação tenta apresentar uma imagem mais séria. Prova disso é que, depois das denúncias, em 2021, a organização do evento emitiu a seguinte nota:
“Estamos totalmente comprometidos em garantir que nossa associação reflita as comunidades ao redor do mundo que amam cinema, TV e os artistas que os inspiram e educam.
Entendemos que precisamos trazer membros negros, bem como membros de outras origens sub-representadas e trabalhar imediatamente para implementar um plano de ação para atingir esses objetivos o mais rápido possível.”
Apesar das belas palavras, uma nova polêmica atingiu o evento. O presidente do HFPA e outros membros compartilharam e-mails chamando o Black Lives Matter de “movimento de ódio racista”. Isso logo após o grupo ter comunicado que reservaria 13% de suas vagas a membros negros.
Assim, polêmica em torno do Globo de Ouro foi tanta que grandes grupos como a Amazon Studios, a Warner Media e a Netflix iniciaram um boicote à premiação até que mudanças reais acontecessem.
Com isso, a organização não conseguiu artistas para participar da cerimônia e decidiu não fazer o evento nos moldes tradicionais. Por isso, realizaram uma premiação apenas com alguns membros do HFPA anunciando os vencedores de cada categoria, mas sem transmitir o evento de 2022 ao vivo.
Globo de Ouro mudou?
Em meio a tudo isso, o público já estava habituado a vincular o evento a polêmicas e escândalos. Mais do que isso, gostava de ver essas confusões, e agora questiona se o evento perdeu a vulgaridade sempre presente.
A respeito disso, Owen Gleiberman, crítico de cinemas da Variety, afirmou:
“A vulgaridade do gosto estava toda ligada a isso. A ideia essencial do Globo de Ouro é que a HFPA era uma câmara estelar de convidados que amavam, mais que tudo, esfregar os cotovelos com figuras famosas de Hollywood…
E há uma maneira pela qual a própria corrupção de sua ética libertou o Globo para ser mais desavergonhado em suas indicações.”
O crítico segue divagando sobre como as mudanças no evento culminaram em um prêmio mais polido, inclusivo e:
“[…] por mais esmagador que seja admitir: este ano, todas as indicações ao Globo de Ouro são inteligentes, de bom gosto.”