Precisão científica em ‘Procurando Nemo’ impressiona, mas um detalhe biológico é ignorado

'Procurando Nemo' encanta com realismo aquático, mas falha ao omitir um detalhe crucial sobre os peixes-palhaço.

Lançado pela Pixar, o filme “Procurando Nemo” é aclamado tanto pela crítica quanto pelo público por sua representação realista da vida marinha. A animação, ambientada na vibrante Grande Barreira de Corais, utiliza uma variedade de espécies e comportamentos aquáticos que se alinham com a ciência.

No entanto, um aspecto crucial da biologia dos peixes-palhaço foi omitido, gerando discussões entre os fãs.

O realismo da animação se manifesta em diversos momentos, como na caracterização dos peixes-palhaço Marlin e Nemo. Esses personagens refletem com precisão a espécie Amphiprion ocellaris, conhecida por sua simbiose com anêmonas-do-mar.

Além disso, a reprodução dos peixes-palhaço, destacada nos ovos de Coral, mãe de Nemo, mostra a realidade de milhares de ovos postos em proximidade com anêmonas e corais.

Detalhes cientificamente precisos

Conheça os detalhes da animação que estão de acordo com a vida real.

1. Peixe-palhaço e anêmonas: uma parceria real

A simbiose entre peixes-palhaço e anêmonas é um ponto-chave no filme. O muco protetor dos peixes resguarda-os das toxinas, semelhante ao que ocorre na natureza. Essa relação é bem retratada na narrativa visual da animação.

2. Peixes-palhaço e sua reprodução

Desde o início do filme, a reprodução dos peixes-palhaço é retratada com precisão. Coral, a mãe de Nemo, cuida de centenas de ovos, refletindo a realidade da espécie que deposita entre 100 e 1.000 ovos por vez.

Este detalhe enriquece a veracidade da narrativa, ao mostrar a complexidade do ecossistema.

3. Representação fiel de predadores e habitats

O tubarão Bruce, com suas múltiplas fileiras de dentes, é outro exemplo de precisão. Ele é inspirado em espécies como o tubarão-branco, conhecido por possuir centenas de dentes em substituição constante.

Já a cena que inclui o peixe-pescador usando uma isca luminosa para capturar presas reflete a realidade dos Melanocetus sp.

4. Fenômenos naturais e comunicação animal

A Corrente da Austrália Oriental, usada por Crush, a tartaruga marinha, é um fenômeno verdadeiro, apesar das velocidades exageradas na tela.

Além disso, a tentativa de comunicação de Dory em “baleiês” lembra o uso de ondas sonoras pelas baleias para ecolocalização.

5. Luz do fundo do mar

O filme ainda destaca o peixe-pescador-das-profundezas, que utiliza uma isca luminosa real para atrair presas, uma característica fiel ao comportamento dessa espécie.

A cena com Dory é um exemplo encantador de como a ciência e a animação podem caminhar juntas.

6. Impacto da coleta não regulamentada

A captura de Nemo pelo dentista Dr. Sherman destaca um problema ecológico significativo. A coleta irresponsável de vida marinha é prejudicial, especialmente em ecossistemas frágeis. Essa mensagem sublinha a importância da conservação e das práticas sustentáveis nos oceanos.

Deslize biológico na reprodução dos peixes-palhaço

Apesar dos muitos acertos, “Procurando Nemo” apresenta um equívoco científico significativo. Na natureza, se a fêmea de um par de peixes-palhaço morre, o macho se transforma em fêmea para assumir a liderança.

No filme, Marlin continuaria sendo o pai, mas, na realidade, ele se tornaria a nova “mãe” de Nemo. Esse detalhe, embora ignorado na narrativa, é uma adaptação biológica fascinante que poderia ter dado uma reviravolta interessante na história.

Mesmo assim, “Procurando Nemo” permanece um marco na animação por combinar entretenimento e ciência de maneira exemplar.

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