Por um fio! WhatsApp 'grátis' parece estar com os dias contados
Operadoras avaliam possibilidade de cobrar pelo acesso a aplicativos que, até o momento, são oferecidos de forma gratuita. Entenda o motivo dessa tendência.
Em um cenário no qual ocorrem constantes evoluções relacionadas à tecnologia, as operadoras de telecomunicações brasileiras têm se deparado com desafios significativos na era do 5G.
Muitos desses desafios, inclusive, tem sido impulsionados por discussões sobre o modelo de negócios vigente.
Imagem: Magnus Mueller/Pexels/Reprodução
Dentre as mudanças que têm sifo propostas, destaca-se a possibilidade de cobrança pelo acesso a aplicativos que, até então, são disponibilizados gratuitamente.
Esse movimento, inspirado por tendências globais, visa garantir a sustentabilidade do setor em meio às crescentes demandas por dados de alta velocidade e maior capacidade.
Operadoras podem cobrar por uso de redes sociais?
A era dos planos de internet que ofereciam acesso gratuito a aplicativos populares, como WhatsApp, Facebook, Instagram e X (antigo Twitter), surgiu como uma estratégia para atrair e fidelizar consumidores.
Seu principal objetivo era assegurar que o uso dessas plataformas não impactasse negativamente nas franquias de dados contratadas pelos clientes.
Contudo, a chegada do 5G ao Brasil trouxe consigo um aumento exponencial na demanda por largura de banda e velocidade, tornando a operação desses planos mais cara.
Nesse cenário, a discussão sobre novos modelos de negócios é liderada pelas operadoras de telecomunicações, que buscam alternativas para evitar prejuízos crescentes.
Entre as possibilidades discutidas, uma das que mais se destaca é a perspectiva de as grandes empresas de tecnologia, responsáveis pelos aplicativos mais utilizados, compartilharem o prejuízo.
Christian Gebara, presidente da Telefônica Brasil, confirmou a existência dessas discussões e destacou a necessidade de encontrar um equilíbrio justo para todas as partes envolvidas.
Por sua vez, executivos de outras operadoras também manifestaram-se em favor do fim da franquia ilimitada para aplicativos, apontando para a necessidade de adaptar o modelo de negócios às mudanças no cenário tecnológico.
Essa visão busca garantir que os consumidores continuem tendo acesso a serviços de qualidade, enquanto as operadoras conseguem operar de maneira sustentável.
Um dos pontos sensíveis nessas discussões envolve o Marco Civil da Internet, a legislação brasileira que estabelece os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no país.
O Marco Civil prioriza a neutralidade da rede e a não discriminação do tráfego de dados, o que significa que as operadoras devem tratar todos os dados de forma igualitária.
Qualquer mudança nos modelos de cobrança de aplicativos deve ser feita respeitando esses princípios, para garantir a liberdade de acesso e a igualdade de condições para todos os usuários.