Por que o horário de verão pode voltar no Brasil?

Retorno do horário de verão no Brasil está em debate; promessa é de economia energética e redução de custos.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou, em setembro de 2024, a volta do horário de verão no Brasil. A medida, que foi extinta em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, volta a ser analisada diante dos novos cenários de consumo e sustentabilidade energética.

No entanto, agora, a decisão final cabe ao governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que avalia os impactos da mudança.

Por que o horário de verão pode voltar?

A recomendação do CMSE baseia-se em estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Esses dados indicam que o horário de verão pode reduzir a demanda de energia no horário de pico, especialmente entre as 18h e 21h, ampliando a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Estima-se que a medida possa economizar até 2,5 GW de despacho térmico, o que significa uma economia de cerca de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.

Além da economia financeira, a medida também pode contribuir para a sustentabilidade energética e para evitar crises de fornecimento em momentos de maior demanda.

Impactos no consumo e na economia

Com a adoção do horário de verão, espera-se que os brasileiros ajustem suas rotinas, aproveitando a luz natural por mais tempo e reduzindo o uso de energia elétrica em horários críticos. De acordo com o ONS, a economia de até 2,9% na demanda máxima noturna pode aliviar o sistema, especialmente em dias quentes.

A mudança não é apenas econômica. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, destacou que o retorno do horário de verão seria uma medida a longo prazo, com foco em 2025 e 2026, reforçando a necessidade de um planejamento que contemple o crescimento sustentável do setor elétrico.

Quais países já adotaram o horário de verão?

O horário de verão é uma prática comum em vários países ao redor do mundo. Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, a mudança ocorre anualmente, com duração média de oito meses – de março a novembro.

Já na União Europeia, o horário de verão tem início no final de março e se estende até o final de outubro, totalizando sete meses de vigência.

Países da América do Sul, como o Chile e o Paraguai, também adotam o mecanismo. No Chile, a medida dura cerca de nove meses, enquanto no Paraguai o período varia, sendo geralmente aplicado entre outubro e março.

A ideia em todas essas regiões é aproveitar ao máximo a luz natural, reduzindo o consumo de energia elétrica nos horários de maior demanda.

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