Por que fotos de pessoas nuas marcam o início do cinema?
Um dos pioneiros da Sétima Arte descobriu uma forma inusitada de estudar o movimento nas telas.
Quando pensamos na história do cinema, logo voltamos à sua origem, no final do século XIX, com os irmãos Lumière apresentando sua primeira sessão pública de filmes em 1895, na França. A nova forma de arte rapidamente se espalhou pelo mundo, encantando plateias com imagens em movimento.
Ao longo dos anos, o cinema passou por diversas transformações, desde os filmes mudos em preto e branco até a era do cinema colorido e sonoro.
Atualmente, o cinema é uma das maiores formas de entretenimento do mundo, gerando bilhões de dólares em receitas e influenciando a cultura e a sociedade de forma profunda.
Mas existe um nome que deixou marcas inusitadas na história do cinema: Eadweard Muybridge.
Ele pode não ser tão conhecido quanto os irmãos Lumière, mas certamente você vai entender por que esse nome é tão importante no contexto cinematográfico.
Quem foi Eadweard Muybridge no mundo do cinema?
Eadweard Muybridge foi um fotógrafo inglês nascido em 1830 que revolucionou a forma como capturamos e percebemos o movimento.
Embora pouco conhecido, ele foi fundamental para o desenvolvimento da indústria cinematográfica, com seu trabalho pioneiro na imagem em movimento.
Apesar de controvérsias em sua vida pessoal, Muybridge foi reconhecido por seu estudo do movimento humano e animal, especialmente dos cavalos de corrida.
Suas fotografias detalhadas contribuíram significativamente para o entendimento da biomecânica desses animais.
Muybridge capturava imagens de pessoas em movimento, prática essencial para o início do cinema – Imagem: Royal Academy of Arts/Reprodução
Com base nisso, fica fácil perceber a influência das imagens de pessoas nuas na invenção do cinema.
Eadweard Muybridge, um homem polêmico e visionário, enxergou no nu uma forma de compreender e capturar o movimento humano de maneira mais precisa.
A intenção dele não era simplesmente chocar ou causar escândalo, mas explorar os limites da percepção do espectador e aprimorar a técnica de representar a realidade em movimento.
É interessante ressaltar que, na época de Muybridge, a nudez não era vista da mesma forma como é hoje. A moral e os costumes eram diferentes, e a arte ainda estava em busca de novas formas de expressão.
Os modelos nus eram comuns na pintura e na escultura, e Muybridge apenas seguiu essa tradição ao utilizar pessoas sem roupas em seus estudos de movimento.
Além disso, a escolha por pessoas comuns, e não modelos profissionais, reflete a preocupação de Muybridge em capturar a naturalidade e autenticidade do movimento. Ele buscava representar a diversidade dos corpos e das ações humanas, sem artifícios ou idealizações.
Portanto, a nudez nas imagens de Muybridge não foi uma questão de sensacionalismo ou provocação, mas uma opção estética e técnica fundamentada em sua busca pela verdade e pela essência do movimento humano.
Sua contribuição para o cinema e para a fotografia é inegável, e seu legado permanece vivo até os dias de hoje, influenciando gerações de artistas e cineastas.