Por que existem anos bissextos e como eles surgiram?
Descubra por que temos anos bissextos, como surgiram e a importância de manter nosso calendário em sintonia com a órbita solar.
Acabamos de adentrar em 2024, um ano excepcional por ser bissexto. Mas o que torna um ano bissexto especial? E por que precisamos desses anos prolongados? Vamos explorar o significado por trás desse fenômeno e sua intrigante história.
Os anos bissextos, com seus 366 dias, ocorrem a cada quatro anos no calendário gregoriano, utilizado pela maioria do mundo. O acréscimo desse dia extra, chamado de dia bissexto, é 29 de fevereiro, inexistente nos anos não bissextos.
Anos divisíveis por quatro, como 2020 e 2024, são bissextos, exceto os anos centenários não divisíveis por 400, como 1900.
Anos bissextos: um ‘salto’ no tempo?
Imagem: Shutterstock/Ivelin Radkov
O termo ‘bissexto’ refere-se ao fato de que, a partir de março, cada data avança um dia em relação ao ano anterior. Por exemplo: o 1º de março de 2023, uma quarta-feira, será uma sexta-feira em 2024. Essa peculiaridade não ocorre nos anos comuns.
Diversos calendários, como o hebraico, islâmico, chinês e etíope, também têm versões de anos bissextos, mas com variações em sua periodicidade.
Além dos anos e dias bissextos, o calendário gregoriano inclui segundos bissextos, eliminados a partir de 2035 pelo IBWM.
Embora possa parecer uma curiosidade, os anos bissextos desempenham papel crucial. A discrepância entre o ano civil (365 dias) e o ano solar (aproximadamente 365,24 dias) resultaria em mudanças significativas ao longo do tempo.
Sem os anos bissextos, em 700 anos, o verão no hemisfério Norte começaria em dezembro, desalinhando as estações.
Adicionar dias bissextos a cada quatro anos compensa essa diferença, aproximando-se da órbita solar. Contudo, o sistema não é perfeito, gerando um excedente de 44 minutos a cada quatro anos.
Para corrigir, pulamos anos bissextos em anos centenários, exceto divisíveis por 400, como 1600 e 2000.
A concepção dos anos bissextos remonta a 45 a.C., quando Júlio César introduziu o calendário juliano. Este, com anos bissextos regulares, sincronizou-se com as estações por meio de ajustes, como o último ano de confusão em 46 a.C.
No século XVI astrônomos perceberam desvios no calendário juliano. Em 1582, o Papa Gregório XIII reformulou-o, dando origem ao calendário gregoriano, adotado por países católicos e, posteriormente, protestantes.
A transição de calendários causou saltos temporais, exemplificado pela Grã-Bretanha em 1752. Apesar de sua eficácia, o calendário gregoriano, eventualmente, poderá necessitar de reavaliação, mas esse ajuste será requerido em milhares de anos.
A história dos anos bissextos revela a busca pela harmonia entre o tempo civil e o celestial.