Pode haver um planeta entre Marte e Júpiter? Acredite, é melhor não!
Astrofísico Stephen Kane fez simulações com um planeta entre Marte e Júpiter. Todos os resultados foram desastrosos para o Sistema Solar.
Há alguns anos, o Sistema Solar deixou de ter nove planetas quando Plutão deixou de ser considerado como um. A partir deste dia, obviamente ficaram oito planetas oficiais no nosso sistema, sendo dividido em quatro terrestres e quatro gasosos.
Compondo os planetas terrestres, temos Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Já os planetas gasosos são Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
No entanto, mesmo a classificação explicando toda a forma como o Sistema Solar se formou, ainda assim, muitos astrônomos buscam pelo nono planeta. Pensando nisso, o astrofísico Stephen Kane resolveu propor uma forma diferente de encontrá-lo.
Enquanto muitos buscam além do ex-planeta Plutão, no limiar do Sistema Solar, pela prova visual do nono planeta, Kane resolveu testar outra possibilidade por computador.
Qual a chance de haver um planeta entre Marte e Júpiter?
O astrofísico fez a seguinte pergunta: Por que não há um planeta entre Marte e Júpiter? E você talvez se pergunte: E por que deveria haver um ali?
Ambas as perguntas têm basicamente a mesma resposta, como é óbvio para todos: Júpiter é absurdamente grande, possuindo uma massa 318 vezes maior que a do nosso planeta. Além de seu tamanho massivo em relação à Terra, Júpiter ainda é mais massivo que todos os outros planetas juntos!
Ou seja, não importa de que ângulo você olhe, seu tamanho em nosso sistema somente é superado pela estrela central, o Sol. Mas a questão aqui é: Marte é menor que a Terra e ele é o último planeta antes de Júpiter, portanto, alguns cientistas se perguntam onde estaria o “meio-termo”.
Resumindo, em outros sistemas solares, existe o que os astrônomos chamam de super-Terras. Esses planetas não são tão massivos quanto os planetas gasosos, mas ainda assim, oferecem para o sistema um “meio-termo” entre a troca dos planetas terrestres (comumente menores) para os gasosos (comumente maiores).
Super-Terra no Sistema Solar
Essa dúvida levou Kane a investigar, por meio de simulações em computador, o que a existência de uma super-Terra faria com o Sistema Solar, e o resultado foi desastroso. O cientista realizou o teste com planetas em diversas massas diferentes, e em praticamente todas, a presença de um planeta entre Marte e Júpiter acabaria afetando a órbita do último.
Em razão da sua enorme massividade, se a distorção espaço-temporal que Júpiter exerce sobre o sistema fosse modificada, isso acabaria desestabilizando todos os planetas. Um acontecimento dessa magnitude, inclusive, jogaria para fora do Sistema Solar planetas como Mercúrio, Vênus, Netuno e Urano.
E, em alguns casos, até mesmo a Terra poderia ser expulsa do sistema, ou então teria sua órbita alterada para um ponto que inviabilizaria a existência da vida. Após realizar os testes, Stephen Kane concluiu que a presença de uma super-Terra é algo completamente indesejado por todo o Sistema Solar. Segundo ele:
“Nosso Sistema Solar está mais afinado do que eu imaginava antes. Tudo funciona como intrincadas engrenagens de relógio. Jogue mais engrenagens na mistura e tudo quebra.”