Plataforma revela quanta energia suas perguntas à IA realmente consomem
Nova plataforma mede consumo de energia de interações com IA e traduz dados para atividades cotidianas, destacando a importância da conscientização ambiental.
Um debate significativo sobre o consumo de energia associado à inteligência artificial (IA) foi recentemente intensificado com o desenvolvimento de uma ferramenta inovadora.
Criada por Julien Delavande, engenheiro da Hugging Face, essa ferramenta mede o consumo energético de interações com bots de IA, revelando em números concretos o que antes era uma incógnita para muitos usuários e reguladores ambientais.
Denominado Chat UI Energy Score, o sistema oferece uma nova perspectiva ao mostrar o gasto de energia em cada consulta feita a um bot de IA.
Além de indicar o consumo em watts-hora ou joules, o modelo traduz esses dados em equivalências práticas do cotidiano, como o tempo que manteria um micro-ondas em funcionamento ou a porção da bateria de um celular que seria utilizada.
Consumo detalhado e equivalências práticas
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O Chat UI Energy Score, disponível ao público, opera de maneira simples: ao fazer uma pergunta, ele calcula e exibe o gasto energético da interação.
Por exemplo, questionar sobre os últimos cinco Papas requer 0,7004 watts, o que corresponde a 0,47 segundos de micro-ondas ligado ou 3,69% da carga de um celular.
Perguntas mais complexas, como uma análise de texto, aumentam o consumo. Um exemplo é a análise de um artigo do The New York Times, que consumiu 2,2769 watts, 1,52 segundos de micro-ondas ou quase 12% da carga de um celular.
A ferramenta não deve ser usada para redação ou busca de dados, pois pode apresentar desatualizações, mas é eficaz para a conscientização sobre o impacto ambiental.
Impactos ambientais e preocupações crescentes
À medida que a tecnologia avança, o consumo de energia de sistemas de IA gera preocupações. Um relatório da Agência Internacional de Energia aponta para um crescimento acelerado na demanda energética global entre 2025 e 2027, devido ao aumento dos centros de dados, essenciais para a inteligência artificial.
A utilização de água nesses centros também preocupa, como observado no impacto do consumo hídrico em criações de imagens no estilo Ghibli.
Estudos demonstram que, em consultas simples, modelos como o ChatGPT-3 podem consumir 500 mililitros de água, destacando a necessidade de equilíbrio entre inovação e responsabilidade ambiental.
Reflexão sobre o futuro sustentável
Especialistas defendem que o desenvolvimento da inteligência artificial deve considerar princípios de sustentabilidade ambiental.
O objetivo não é frear o progresso tecnológico, mas garantir que este se alinhe às necessidades do planeta, enfrentando os desafios globais de mudanças climáticas e escassez de recursos.