Patrick, é você? Cientistas fazem descoberta bizarra sobre estrelas-do-mar
Pesquisa publicada na revista Nature resolveu um mistério que deixou a comunidade científica perplexa.
Recentemente, um estudo divulgado na revista Nature desvendou um enigma que intrigou a comunidade científica por um longo período: a localização da “cabeça” das estrelas-do-mar.
De fato, por meio do uso de ferramentas de genética e biologia molecular, o grupo de pesquisa realizou um mapeamento das regiões corporais, resultando na criação de um atlas tridimensional que revela a expressão genética das estrelas-do-mar.
A resposta para essa questão, no entanto, revelou-se mais complexa do que se imaginava inicialmente. Os autores do estudo chegaram à conclusão de que a “cabeça” de uma estrela-do-mar não se encontra em um local específico.
Ao contrário do que se pensava, as regiões análogas à cabeça estão distribuídas tanto no centro do corpo da estrela-do-mar quanto no centro de cada um de seus membros.
Várias cabeças??? Como assim?!
As estrelas-do-mar pertencem à classe de animais denominada equinodermos. A fim de desvendar o enigma relacionado à organização corporal dessas criaturas, os cientistas investigaram seu processo de desenvolvimento, empregando técnicas avançadas da biologia molecular.
Nesse contexto, marcadores moleculares foram aplicados e serviram como um guia para mapear o plano corporal de cada organismo. Isso permitiu a identificação precisa da localização de cada célula no corpo do organismo.
Imagem: shutterstock/Vojce
Os pesquisadores comentaram sobre essa abordagem, afirmando:
“Se você retirar a pele de um animal e observar os genes envolvidos na definição de cabeça e cauda, os mesmos genes codificam essas regiões do corpo em todos os grupos de animais. Então ignoramos a anatomia e perguntamos: existe um eixo molecular escondido sob toda essa anatomia estranha e qual é o seu papel em uma estrela do mar formando um plano corporal pentaradial?”
A pesquisa revelou que as estrelas-do-mar apresentam uma região similar a uma “cabeça” no centro de cada um de seus “braços” e uma região semelhante a uma “cauda” ao longo do perímetro.
Os cientistas expressaram satisfação com a descoberta, destacando que, mesmo nas pesquisas moleculares mais recentes, havia incertezas na árvore evolutiva dos equinodermos. A revelação desse novo aspecto molecular contribui para completar o quebra-cabeça.
É importante ressaltar que, embora haja parentesco entre os equinodermos e os seres humanos, o ciclo de vida e a anatomia das estrelas-do-mar diferem substancialmente dos nossos.
Finalmente, o ciclo de vida desses animais se inicia com a fase de ovos fertilizados. Posteriormente, estes eclodem em larvas que permanecem à deriva no oceano na forma de plâncton, por um período que pode se estender por semanas ou até mesmo meses.
Eventualmente, essas larvas encontram seu caminho para o fundo do oceano, onde passam por uma metamorfose que as conduz da estrutura corporal, inicialmente bilateral, para a icônica forma adulta de cinco pontas, característica das estrelas-do-mar.