Paraíso dos quadrinhos: CCXP 23 reúne HQs de todos os tipos e formatos

A arte dos quadrinhos está cada vez mais inovadora. De cartas de baralho a história de cabeça para baixo, a CCXP tem de tudo um pouco.

A CCXP 23 ocorreu recentemente, em São Paulo, e trouxe uma série de atrações interessantes para os geeks do Brasil. Aqueles que gostam de quadrinhos, por exemplo, puderam encontrar na feira um verdadeiro paraíso das HQs.

O Artists Valley deste ano esteve repleto de novidades e com quadrinistas expositores, cujos trabalhos elevam a arte das HQs a um outro patamar. Foi possível, por exemplo, encontrar quadrinhos nos formatos mais inimagináveis.

Aquela ideia de que basta folhear um gibi para lê-lo já não é válida mais. A história é um pouco diferente nos dias atuais, e a inovação dos artistas que estiveram este ano na CCXP está aí para demonstrar isso.

CCXP 23 movimenta São Paulo. – Foto: Reprodução

HQs com áudio?

O quadrinho nacional já trabalha com o conceito de obra multimídia. Agora é possível ler a história, ouvir uma música e assistir a um filme. Isso fica claro, por exemplo, na HQ “Desculpa o Áudio”, de Camilo Solano.

O artista já investe na carreira musical há um tempo e ele decidiu unir as artes para fazer um projeto único. Primeiramente, começou com um clipe, que evoluiu para um quadrinho e, depois, virou algo três em um.

No final da história, há um QR Code que leva ao clipe da música.

História de cabeça para baixo

Os quadrinistas Marz, Felipe Castilho e Tainan Rocha fizeram um verdadeiro esforço de percepção e imagem para contextualizar a história de dois quadrinhos: um chamado ‘Cara’ e outro ‘Coroa’.

O primeiro conta sobre a vida de um entregador de aplicativo numa terra devastada e o segundo é sobre duas famílias que vivem numa floresta onde todos são conectados por cordões.

O leitor é surpreendido ao perceber que a primeira trama começa na capa e a segunda na quarta capa, ou seja, depois de ler uma, você precisa virar a HQ de cabeça para baixo para ler a outra.

Esse conceito foi escolhido pelos artistas para, justamente, narrar enredos que retratam dois lados de uma mesma moeda. O formato inovador correspondeu perfeitamente à ideia do projeto.

Cartas de baralho

Os quadrinistas Digo Freitas, Wesley Samp, Grazi Diffonso e Rafael Marçal deram continuidade a um projeto que já havia chamado a atenção na CCXP de 2022, que é a série Quadrinhos do Baralho.

Como o nome já diz, estamos falando de quadrinhos desenhados em formato de cartas de baralho. São quatro histórias de faroeste, cujo enredo segue conforme a ordem dos naipes e a sequência numeral das cartas.

Imagem gigante

O artista Orlandeli foi muito além da dimensão dos pequenos desenhos. Ele criou uma única imagem de 1,6 metro de cumprimento para narrar a história de ‘Lusco-Fusco’.

A obra se caracteriza pela conexão de imagens, palavras e sensações, unindo quadrinho, literatura e design. A página gigante, claro, vem dobrada, de forma sanfonada, e o leitor precisa abri-la para ler.

Um bolo em troca de uma história

Depois de sair por aí com sua mesinha e um bolo de cenoura grátis para as pessoas que via na rua, a artista Cecília Marins expõe na CCXP o resultado do trabalho: o calendário ‘Histórias do Coração’.

Ela foi para a Avenida Paulista e também para a Bienal de Quadrinhos de Curitiba, em setembro, onde atraiu os passantes oferecendo um pedaço de bolo e perguntando: qual o dia mais feliz de sua vida?

A partir das respostas, Cecília chegou a 12 histórias que viraram desenhos, uma para cada mês do ano, tornando-se um calendário de vivências e recordações.

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