Oscar 2022: Representação feminina decaiu bastante nos últimos três anos

Apenas 28% das indicações foram direcionadas a mulheres

Após dois anos seguidos de um crescimento representativo do gênero feminino, a academia acabou derrapando na equidade dos gêneros nas indicações ao Oscar deste ano. O sexo feminino representou 28% de todas as indicações individuais neste ano, isso representa o menor percentual nos últimos três anos.

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Baseando-se na contagem do TheWrap, 65 dos 229 das indicações individuais dos filmes indicados de 2022 são do sexo feminino, ou seja, 28,3%. Isso representa uma forte queda quando comparada ao ano passado, quando chegamos ao recorde de 76 dos 235 indicados, 32,3%, eram mulheres. Assim como, tivemos uma queda em relação a 2020, quando 65 dos 209 indicações femininas ou 31,1%.

As 60 mulheres que foram indicadas em 2022, sendo várias indicadas em mais de uma categoria como a roteirista/diretora/produtora Jane Campion, ainda conseguem aumentar representação na última década. Em 2019, 62 de 225 indicados, 27,5%, eram mulheres, 57 de 213 indicados de forma individual em 2018, 26,8%, comparado com 48 de 2011 em 2017, 22,7%.

As profissionais, que receberam indicações em categorias diversas, foram contados para cada uma de suas indicações, segundo a análise do TheWrap. Além das três indicações indicações recebidas por Campion, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado, as três produtoras de ‘’Flee’’ receberam indicações para Melhor Documentário e Melhor Animação. Para a contagem, também não está incluso os indicados a Melhor Filme Internacional que vai para as contagens do país de origem, oficialmente.

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Mas como o Oscar não se faz apenas de número, foram obtidos algumas surpresas e também marcos. A primeira mulher a ser indicada na categoria de Melhor Diretor, já havia recebido no longa “O Piano’’ em 1993, foi Campion. A primeira mulher latina a receber indicação na categoria foi Germaine Franco, a mulher que compôs ‘’Encanto’’.

E três dos filmes indicados para Melhor Roteiro Adaptado –“O Poder do Cachorro”, “CODA” e “A Filha Perdida” – saíram das mãos de mulheres. Já nas categorias de atuação, metade das indicadas para melhor atuação feminina eram estreantes, ainda que duas das indicadas, Kristen Stewart e Ariana DeBose, são abertamente identificadas como LGBTQIA+.
Estamos empolgados em ver Jane Campion como Melhor Diretor e Ari Wegner como Melhor Diretor de Fotografia indicados por ‘O Poder do Cão’ – duas categorias que raramente têm mulheres indicadas” explicou Kristen Schoffer, CEO da Women in Film em entrevista ao TheWrap.

‘’Algumas categorias não têm mulheres este ano – roteiro original, efeitos visuais, recurso internacional – isso fala sobre o estado geral dos negócios. Ainda temos trabalho a fazer para chegar a uma indústria que reflita a população”.

No ano de 2022, dos 29 indicados de produção no contexto do Melhor Filme, 8 eram do sexo feminino, o que se aproxima ao mesmo nível dos dois últimos anos, que foi quando 7 mulheres de 23 indicados no ano de 2021 e 9 mulheres em 24 indicados em 2020.

A contagem do ano de 2022 alinha-se, também, com a análise feita pelo TheWrap sobre o número de mulheres que executavam as direções dos filmes elegíveis ao Oscar. Incluindo-se nas fortes disputas pela estatueta de Melhor Filme, Melhor Longa-Metragem Internacional, Melhor Documentário e Melhor Animação. O TheWrap traz os números que dão conta de que a porcentagem de mulheres que estavam à frente da direção daqueles filmes que estão elegíveis para Melhor Filme, no ano de 2022, foi de 27%, permaneceu parada quando comparada com três anos seguidos de crescimento exponencial.

As mulheres tiveram reconhecimento na maioria das categorias sob a linha e inclui a Montagem (Pamela Martin, ‘’King Richard’’), Trilha Sonora Original (Germaine Franco, “Encanto”), Fotografia (Ari Wegner, “The Power of the Dog”) e Som (Denise Yarde, “Belfast” e Tara Webb, “The Power of the Dog”). Porém, o sexo feminino esteve ausente em Efeitos Visuais e também Melhor Roteiro Original.

 

 

 

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