'O Último dos Moicanos': filme tem embasamento histórico ou é pura ficção?
Filme de 1993 foi um dos mais vistos na Netflix e despertou curiosidade entre seus espectadores: a trama é baseada em uma história real?
O clássico ‘O Último dos Moicanos‘ chegou recentemente ao catálogo da Netflix e rapidamente conquistou seu espaço entre os filmes mais assistidos.
Estrelado por Daniel Day-Lewis, o longa de 1992 é uma narrativa envolvente ambientada na época colonial dos EUA. Mas será que essa história é baseada em fatos reais?
Uma jornada na época colonial
O filme, dirigido por Michael Mann, propôs-se a trazer uma versão modernizada e emocionante de uma obra literária considerada antiquada.
Ambientado em 1757, durante a Guerra dos Sete Anos, o longa reflete a luta colonial entre França e Grã-Bretanha pelo controle do continente norte-americano.
O ‘Último dos Moicanos’ traz à tona um retrato aproximado da paisagem do século XVIII.
Embora seja uma obra de ficção, o filme consegue capturar, em termos amplos, a dinâmica política entre as tribos nativas americanas e as potências europeias que buscavam remodelar o mundo à sua imagem.
A proximidade com um evento histórico real é vista no cerco ao Forte William Henry, uma batalha entre comandantes chamados Munro e Montcalm.
Embora os detalhes além disso sejam majoritariamente fictícios, o filme retrata com precisão as dificuldades militares das potências britânicas e francesas no Novo Mundo.
Realidade versus ficção
Apesar de escalar atores nativos americanos, como Russell Means e Wes Studi, para papéis de nativos americanos, o filme ainda incide em estereótipos e mantém um foco essencialmente branco em seus protagonistas.
Da mesma forma, representa personagens femininas de maneira mais empoderada do que a época retratada sugeriria.
Tanto o filme quanto o romance original de James Fenimore Cooper não reivindicam precisão histórica. Ambos priorizam a narrativa e ignoram os fatos.
Algumas imprecisões podem ser perdoadas; contudo, é importante compreender que a obra é um produto de sua época, carregando consigo seus preconceitos e limitações.
Ao assistirmos a ‘O Último dos Moicanos’, é fundamental encarar sua representação como uma visão ficcional, inspirada em um contexto histórico, mas que se permite uma liberdade criativa para contar sua história.
Essas questões nos lembram de que, por mais envolvente e emocionante que seja, a obra é, em última instância, uma construção artística, não um registro histórico preciso.
