O poder e os perigos do sono pós-estudo: como isso afeta nossa memória?

Estudo revela que dormir após o estudo melhora a retenção, mas também pode induzir a criação de memórias falsas, desafiando conceitos sobre a formação de lembranças precisas.

O dilema sobre a eficácia do sono pós-estudo na retenção de memória foi desvendado por um estudo intrigante que revelou não apenas os benefícios desse hábito, mas também seus perigos ocultos na formação de memórias.

Com uma análise detalhada envolvendo 488 voluntários, o estudo investigou os efeitos de dormir após o aprendizado.

Os participantes foram solicitados a estudar palavras interligadas e, doze horas depois, tentaram recordar essa lista.

Enquanto alguns puderam dormir, outros permaneceram acordados, todos enfrentando um teste de memória após o intervalo.

Resultados surpreendentes

Os resultados revelaram que os que dormiram tiveram uma melhor retenção de memória em comparação com aqueles que permaneceram acordados.

Contudo, surgiu uma descoberta intrigante: aqueles que tinham dormido eram mais propensos a acreditar que haviam estudado palavras relacionadas que não estavam originalmente na lista.

O sono pós-estudo pode afetar sua memória de maneira surpreendente – Imagem: Pexels/Reprodução

Um exemplo notável foi o surgimento do termo “médico” na memória dos participantes, mesmo não estando presente entre as palavras estudadas.

Horário do teste e precisão da memória

Além disso, o estudo destacou que o horário do teste teve um impacto crucial nos resultados. Ambos os grupos, independentemente do sono, foram mais propensos a cometer erros e recordar-se de falsas memórias durante a noite.

Diante de tais descobertas, os pesquisadores concluíram que a memória pode não ter como objetivo primário a mera recordação precisa dos eventos.

Em vez disso, ela pode operar com o propósito de reter a essência dos acontecimentos, mostrando que sua função vai além da memorização exata, desafiando conceitos tradicionais sobre a formação de lembranças.

O estudo lança luz sobre a complexidade da memória e de que modo o sono pós-aprendizado pode tanto fortalecer a retenção, quanto induzir a criação de memórias falsas. Isso redefine nossa compreensão sobre como lembramos e interpretamos o que aprendemos.

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