Novo medo desbloqueado: drones autônomos 'assassinos' preocupam especialistas
Drones movidos por inteligência artificial têm sido alvo de muita preocupação após serem usados no conflito da Ucrânia. Entenda o caso.
O cenário da guerra moderna está sendo moldado pela presença cada vez mais marcante de armas autônomas, controladas por inteligência artificial (IA).
O professor de Ciências da Computação da Universidade de Berkeley, Stuart Russell, alerta para as implicações cruciais desse avanço.
De acordo com ele, esses equipamentos possuem a capacidade de identificar, selecionar e atacar alvos humanos ou objetos carregados por seres humanos, sem intervenção direta de outras pessoas.
Drones ‘assassinos’ preocupam especialistas
Drones de papelão usados na guerra da Ucrânia. Imagem: Olhar Digital/Reprodução
Como já foi comprovado no conflito na Ucrânia, drones controlados de forma remota estão redefinindo toda a dinâmica dos campos de batalha, forçando as tropas a buscar refúgios subterrâneos para se protegerem.
Um exemplo disso são os drones de papelão utilizados nesse contexto.
Russell ressalta que a implantação de armas automáticas implica, na prática, que estar visível em uma zona de combate se torna uma sentença de morte. Esses dispositivos têm a capacidade de identificar e atacar alvos, inclusive de forma letal.
Apesar da inegável eficiência dessas armas controladas por IA, elas levantam uma série de questões éticas a serem debatidas, as quais são de extrema importância.
Uma das principais preocupações reside no potencial ilimitado de poder ofensivo que lhe é garantido por ser um produto econômico, o que poderia resultar no lançamento massivo desses dispositivos e, potencialmente, levar à dizimação de grupos étnicos específicos.
Outro ponto crítico está na capacidade limitada da inteligência artificial em distinguir entre civis e militares. O risco de ocorrer um erro ao fazer essa distinção levanta questionamentos éticos profundos sobre o que torna o ataque legítimo e a proteção dos civis em zonas de conflito.
O Pentágono já está em testes para utilizar milhares de drones a fim de fornecer alimentação e outros suprimentos de forma autônoma. Contudo, isso não impede que a tecnologia seja usada de maneira letal no futuro.