Novela ‘Mulheres Apaixonadas’ teve impactos significativos nas leis brasileiras
Temas abordados nos principais núcleos geraram repercussão política e legislativa no país.
As novelas são muitas vezes inspiradas em acontecimentos da vida real. Muitos temas que os autores abordam com determinado personagem podem representar o cotidiano de uma parcela da população.
Isso faz com que as pessoas reflitam e possam até mesmo cobrar resultados legais sobre tais fatos. Um exemplo disso foi a novela transmitida em 2003 pela Globo. Entenda como “Mulheres Apaixonadas” modificou aspectos legais no Brasil.
Impacto da dramaturgia na realidade
Ao elaborar um roteiro, tanto de séries, filmes quanto de novelas, os autores buscam referências na realidade. Ou seja, as produções podem ser o reflexo de comportamentos sociais.
No caso da obra de Manoel Carlos, muitos assuntos polêmicos foram retratados e, com isso, “Mulheres Apaixonadas” modificou aspectos legais no Brasil. Além de ser sucesso em audiência, essa dramaturgia conseguiu incluir na Constituição Nacional leis importantes que ainda não existiam.
Lei Maria da Penha
A violência contra a mulher foi um tema muito debatido em um dos núcleos principais dos personagens. Na época em que a trama estava no ar, deu início a discussão sobre a Lei Maria da Penha, a qual só foi aprovada após três anos.
Na época, não só a novela das nove como outros conteúdos expostos na TV falavam sobre os casos de violência e feminicídio no país.
Estatuto do idoso
Outro tema de violência exposto pelo autor foi a prática contra os idosos. Quem tinha a missão de contar essa triste história era a atriz Regiane Alves que, na ocasião, maltratava os seus avós interpretados por Oswaldo Louzada e Carmem Silva.
Foi a partir daí que deram início no mesmo ano a discussão e a aprovação do Estatuto do Idoso, o atual Estatuto da Pessoa Idosa, um passo importante para a garantia de direitos dessa população.
Desarmamento
No Brasil o porte de armas de fogo ainda é uma discussão calorosa entre a sociedade e os responsáveis no governo. Em 2003, não existia uma lei que proibisse o porte de armas, e Manoel Carlos resolveu abordar esse fato em uma discussão de trânsito que ocasionou graves ferimentos nos personagens Téo e Fernanda.
Nesse mesmo ano, foi aprovado o Estatuto do Desarmamento.