Nova evidência revela quem realmente ergueu a Grande Pirâmide do Egito
Inscrições secretas mudam tudo o que sabíamos sobre a construção da Grande Pirâmide.
A Grande Pirâmide de Gizé, uma das maiores realizações da engenharia do mundo antigo e a última das sete maravilhas originais ainda de pé, continua revelando seus mistérios. Um novo avanço da arqueologia egípcia promete reescrever o que sabemos sobre seus construtores.
Liderada pelo renomado egiptólogo Dr. Zahi Hawass, uma equipe descobriu inscrições ocultas dentro do monumento que lançam luz sobre quem, de fato, ergueu a monumental pirâmide do faraó Quéops (ou Khufu), e a resposta desconstrói séculos de mitos.
Arqueólogos descobrem registros inéditos dentro da Grande Pirâmide
Usando tecnologia avançada de imagem, os pesquisadores acessaram passagens estreitas acima da chamada Câmara do Rei — áreas praticamente inacessíveis ao olho humano.
Nesses espaços, encontraram-se grafites com cerca de 4.500 anos, atribuídos a equipes de trabalhadores que participaram diretamente da construção da pirâmide. As marcas revelam nomes de grupos organizados de operários, em vez de registros relacionados à escravidão.
Essas evidências sustentam uma narrativa cada vez mais aceita por historiadores e egiptólogos: a pirâmide foi erguida por profissionais qualificados, pagos, bem alimentados e organizados em esquadrões de trabalho — e não por escravizados oprimidos, como popularmente se acreditava.
Três grandes pirâmides do Egito (Foto: iStock)
Uma cidade inteira dedicada à construção da pirâmide
A descoberta das inscrições soma-se a evidências arqueológicas de uma cidade operária planejada, localizada a leste da pirâmide.
Escavações no local revelaram padarias, armazéns de peixe, alojamentos e grande quantidade de ossos de animais, como bois e cabras, indicando uma alimentação rica e abundante, suficiente para sustentar cerca de 10 mil pessoas por dia.
Túmulos encontrados ao sul da pirâmide, acompanhados de ferramentas, estátuas e inscrições como “supervisor da lateral da pirâmide”, reforçam o status social dos trabalhadores.
Segundo Hawass, “se fossem escravizados, jamais teriam sido enterrados à sombra das pirâmides com túmulos preparados para a eternidade”, uma afirmação que ecoa fortemente entre os estudiosos da civilização egípcia.
Evidências construtivas: como a pirâmide foi realmente erguida
Além da identidade dos trabalhadores, os pesquisadores também lançaram luz sobre a técnica utilizada na construção. Fragmentos de uma antiga rampa de entulho e lama, conectando a base da pirâmide à pedreira de calcário localizada a apenas 300 metros, foram descobertos em escavações ao sudoeste do monumento.
Essa estrutura pode ter sido essencial para transportar os imensos blocos de pedra usados na construção, resolvendo uma das grandes questões que intrigam estudiosos há séculos: como os egípcios conseguiram mover e empilhar pedras tão colossais com os recursos disponíveis na época?
O Grande Vazio: a próxima fronteira da arqueologia egípcia
A busca por respostas não para por aí. Em colaboração com o podcaster Matt Beall, Hawass lidera uma nova missão arqueológica voltada para o enigmático “Grande Vazio”, uma cavidade de 30 metros descoberta em 2017, localizada acima da Grande Galeria da pirâmide.
A próxima etapa dessa expedição inclui o envio de um robô miniaturizado ao local, previsto para o início do próximo ano.
O objetivo? Investigar se a estrutura abriga câmaras secretas ainda inexploradas, possivelmente até o túmulo perdido do faraó Quéops, figura central por trás da construção desse colossal símbolo da arquitetura do Egito Antigo.
Fim do mito dos escravizados
As novas descobertas lideradas por Zahi Hawass oferecem uma visão mais precisa, humanizada e respeitosa sobre os verdadeiros construtores da Grande Pirâmide de Gizé. Leigos e estudiosos agora têm acesso a um cenário que honra o engenho, a organização social e a capacidade técnica dos trabalhadores do Antigo Egito.
A ideia de que escravizados construíram as pirâmides está sendo, pouco a pouco, substituída por um relato mais fiel à realidade histórica, em que homens livres, especializados e valorizados ajudaram a erguer uma das maiores obras-primas da humanidade.