Nintendo Switch é mais jogado por homens ou mulheres? Pesquisa revela resposta e gera POLÊMICA

A Circana, empresa de levantamento de dados comportamentais de consumidores, revelou algo que surpreendeu muitas pessoas envolvidas no universo dos games.

Em sua pesquisa PlayerPulse — um estudo mensal que rastreia a conscientização e o engajamento do consumidor —, foi demonstrado que 47% dos jogadores nos Estados Unidos são mulheres e que 52% dos entrevistados possuem um console Nintendo Switch.    

No geral, a indústria de entretenimento como um todo costumava considerar apenas os homens como o público-alvo do consumo de games — não apenas ela, como grande parte dos jogadores do gênero masculino.

Embora provado em inúmeros estudos e pesquisas do contrário, aparentemente ainda há uma volumosa porcentagem dessa comunidade que se apegou à antiga percepção.

A verdade é que o relatório da Circana não surpreendeu ninguém que esteja vivendo as últimas décadas do mercado de games; e, além do mais, essa não é a primeira pesquisa desse tipo.

Em outra pesquisa, elaborada para comemorar o Mês da História da Mulher, constatou-se que 74% das mulheres jogam jogos para celular diariamente.

Todo o nicho, desde os desenvolvedores de jogos a acessórios eletrônicos, já vem adaptando suas ações e campanhas para também atingir outros consumidores —  neste caso, as mulheres.

No entanto, há aqueles que resistem às mudanças —  e se fizeram bastante barulhentos.  

Protestos no Twitter

Na última sexta-feira (9), Mat Piscatella, diretor-executivo e analista da indústria de videogames da Circana, twittou alguns dados recém-divulgados sobre quem está comprando e jogando videogames nos Estados Unidos.

Baseado nos dados levantados pela PlayerPulse da Circana, Piscatella revelou que, até agora em 2023, muitas mulheres estão jogando em todas as plataformas existentes.

Especificamente 47% dos jogadores de videogame de console, 50% dos jogadores de videogame de PC e 54% dos jogadores de videogame mobile/portátil são mulheres.

Vale ressaltar ainda que todas essas três estatísticas aumentaram 1% em relação ao ano passado.

Em seguida, o diretor da Circana postou mais dados sobre quantas mulheres possuem consoles específicos nos Estados Unidos: 41% dos PS5s  e 45% dos consoles Xbox Series X/S são de propriedade de mulheres. O mais interessante desse material é que mais da metade (52%) dos proprietários de Switch nos EUA são mulheres.

E esta revelação não foi exatamente bem aceita por uma parte da comunidade gamer estadunidense: enquanto muitas pessoas reagiram a esses dados com sensatez, alguns homens tiveram uma reação completamente diferente:  destilaram machismo, ódio,  misoginia e até mesmo  piadas ridicularizando as pesquisas e o próprio o Nintendo Switch, chamando-o de “falso videogame” (já que alguns dos seus jogos mais conhecidos são voltados para o estilo cooperativo ou familiar).

Outros tiraram sarro das mulheres por jogarem “The Sims” ou jogos para celular, chamando-as de “jogadores falsos” e inventando teorias da conspiração envolvendo manipulação de dados para seguir uma “agenda política em detrimento de homens”.

Embora Piscatella já tenha esclarecido como os dados são coletados para as pesquisas, alguns sugeriram que eles estão errados ou que as estatísticas do proprietário são distorcidas por mães que compram consoles para seus filhos “meninos”.

Sim, garotas gamers existem  

Em muitas das respostas ao tweet de Piscatella, homens levantaram uma questão: se existem mulheres que jogam, onde elas estão, afirmando que não as encontram em lobbies de jogos online.

As respostas vêm das próprias jogadoras: escondidas atrás de nicknames que não revelam o seu gênero para evitar momentos desagradáveis enquanto quer curtir um jogo.

Sabe-se, em outras pesquisas, que 2 em cada 5 mulheres afirmam já ter sofrido qualquer tipo de assédio ingame, logo, ser discreta ajuda a evitar certos constrangimentos (levantamento feito pelo Newzoo em 2022).

A realidade é que milhões de pessoas jogam videogame em 2023, mas mulheres jogam-nos desde que eles existem, não só agora. “Barbie Fashion Designer”, por exemplo, superou “Doom” e “Quake” em 1996 e foi o nono jogo de PC mais vendido daquele ano  — e  pasmem: as mulheres jogavam “Doom” e “Quake” naquela época também!

Logo, é comum existirem vários tipos de jogadores, afinal todos têm direito de se divertirem como quiserem, inclusive com os jogos de sua preferência.