Não foi meteoro? Estudo sugere que extinção dos dinossauros teve outra causa
Estudo revela pistas sobre a verdadeira causa da extinção em massa dos dinossauros ocorrida há milhões de anos.
Uma investigação inovadora fornece novos conhecimentos sobre a extinção dos dinossauros, sugerindo que erupções vulcânicas monumentais nas Armadilhas de Deccan, na Índia, podem ter desempenhado um papel crucial no evento.
Em vez de se concentrar na teoria amplamente aceita da colisão de asteroides, esta investigação utiliza análise informática, modelos estatísticos avançados e dados obtidos através da perfuração de sedimentos do fundo do mar para lançar luz sobre o passado distante da Terra.
Erupções vulcânicas podem ter extinguido os dinossauros
Imagem: Jonathan Cooper/Reprodução
A perfuração de sedimentos proporciona uma janela única para o passado, permitindo aos cientistas recriar as condições da Terra há 60 milhões de anos. Os dados obtidos a partir destes furos têm o potencial de revelar informações vitais sobre as condições da época, incluindo a temperatura de várias regiões e o tanto de dióxido de carbono presente na atmosfera.
O geólogo da Universidade de Darthmouth, Alexander Cox, que liderou a pesquisa, adotou uma abordagem imparcial para investigar as causas da extinção dos dinossauros.
De acordo com os resultados dos modelos estatísticos desenvolvidos por Cox, as erupções vulcânicas que ocorreram nas Armadilhas de Deccan durante um período de aproximadamente um milhão de anos libertaram quantidades significativas de gás.
Esta emissão pode ter contribuído para as alterações nos níveis de carbono encontradas nos dados recolhidos. Os impactos dos meteoros, embora devastadores por si só, surpreendentemente podem não ter causado um aumento tão significativo nas emissões de gases com o passar do tempo.
Imagem: Diogo F. Parra/Reprodução
No entanto, nem todos os cientistas concordam com esta nova interpretação dos acontecimentos. Alguns permanecem céticos, argumentando que a colisão da rocha espacial não pode ser limitada a um aumento de gases na atmosfera.
Eles salientam que a colisão de Chicxulub no México também lançou nuvens de fuligem e poeira, causando um arrefecimento global significativo.
Por fim, Clay Tabor, paleoclimatologista da Universidade de Connecticut, acredita que a colisão de Chicxulub acarretou muitos efeitos colaterais para além das emissões de dióxido de carbono e dióxido de enxofre estudadas nessa pesquisa.
A colisão pode ter libertado significativamente menos CO² e SO² do que as Armadilhas de Deccan, mas fez isso quase que de forma imediata, provocando um impacto importante para a vida na Terra naquele momento.