Não entre em pânico! Veja como recuperar equipamentos após enchentes

No final de abril e início de maio deste ano, o estado do Rio Grande do Sul foi devastado por enchentes que afetaram 449 dos 497 municípios.

As águas causaram enormes danos, ceifando vidas, deixando famílias desabrigadas e muitos bens submersos.

Entre os itens danificados, eletrodomésticos, eletrônicos e veículos foram fortemente impactados. Entretanto, para muitos desses bens materiais, existe uma luz no fim do túnel.

Com os procedimentos corretos, é possível recuperar muitos deles. Veja como a seguir.

Danos causados a equipamentos por enchentes

As enchentes podem causar diversos tipos de danos em eletrodomésticos, eletrônicos e veículos.

A água, especialmente quando misturada com lama e detritos, pode penetrar nas partes internas, causar curtos-circuitos, corrosão e comprometer o funcionamento dos componentes.

Além disso, o contato prolongado com a água aumenta o risco de danos irreversíveis. É fundamental agir rapidamente e seguir os passos corretos para aumentar as chances de recuperação.

Recuperando eletrodomésticos

Limpeza e secagem

• Desconecte da tomada: antes de qualquer coisa, assegure-se de que os aparelhos estão desligados e desconectados da eletricidade para evitar choques.
• Limpeza inicial: remova a sujeira e o lodo usando água corrente. Em casos mais graves, pode-se utilizar uma lavadora de alta pressão para a limpeza inicial de geladeiras e máquinas de lavar.
• Secagem adequada: deixe os aparelhos secarem completamente. Coloque-os em um local ensolarado por pelo menos três a quatro dias. Use ventiladores para acelerar o processo.

Em alguns casos, a lavagem de alta pressão deve ser usada para remover a sujeira. Imagem: Univates/Reprodução

Segurança na ligação

• Use equipamentos de proteção: utilize luvas de borracha e outros isolantes para evitar choques elétricos ao religar os aparelhos.
• Teste com cuidado: após a secagem, ligue os aparelhos utilizando uma régua de energia com disjuntor para minimizar os riscos.

Recuperando eletrônicos

Desmontagem e limpeza

• Retire as baterias: se os eletrônicos utilizam baterias, retire-as imediatamente.
• Secagem inicial: seque o máximo possível com um pano limpo. Em seguida, utilize ar comprimido ou um secador de cabelo na temperatura fria.
• Limpeza profunda: limpe os componentes com álcool isopropílico para remover resíduos de sujeira e evitar corrosão.

Montagem e teste

• Remonte os componentes: após a secagem completa, remonte os componentes e teste o funcionamento.
• Profissionais especializados: para eletrônicos mais complexos, é recomendável levar a um técnico especializado.

E veículos, é possível recuperar?

Sim! Mas, antes, atente-se a essas duas precauções iniciais

1. Não ligue o motor imediatamente: não tente dar partida no carro enquanto ainda houver água no motor, pois isso pode causar danos severos.
2. Desconecte a bateria: remova a bateria começando pelo polo negativo para evitar curto-circuitos.

Limpeza e secagem

• Remova a água interna: utilize aspiradores de água para remover o excesso do interior do veículo. Retire os bancos e estofamentos para uma secagem adequada.
• Lave os componentes: lave os componentes internos com produtos específicos para remover lama e sujeira.

Inspeção técnica

• Verifique o motor e a transmissão: desmonte as partes críticas como filtro de ar, velas e cárter para remover água e sujeira. Troque o óleo do motor e da transmissão.
• Secagem dos sistemas elétricos: desconecte os cabos e deixe-os secar completamente antes de religar.
• Consulta a um profissional: leve o veículo a um mecânico para uma inspeção completa e para garantir que não há mais água nos sistemas internos.

Recuperar eletrodomésticos, eletrônicos e veículos após uma enchente é um processo trabalhoso que requer paciência e atenção aos detalhes.

Seguindo os passos corretos de limpeza, secagem e testes de segurança, é possível salvar muitos itens e minimizar as perdas.

Sempre que possível, consulte profissionais especializados para garantir a segurança e a eficácia do processo.

*Com informações de Jornal do Comércio, PUCRS e Jornal Ibiá.