Nova teoria põe em xeque possibilidade de Stonehenge ser um calendário solar

Uma das teorias mais recentes sobre Stonehenge diz que o monumento seria um calendário solar, mas isso agora é questionado.

O planeta Terra tem muitos mistérios que levarão séculos para serem desvendados ou que talvez nunca seremos capazes de entender. Um deles é o grande monumento Stonehenge, localizado no condado de Wiltshire, na Inglaterra.

O monumento surpreende pelo tamanho de suas rochas, que estão empilhadas umas sobre as outras e formam uma espécie de ferradura. Porém, conforme já dito, o que mais surpreende são os mistérios que envolvem a criação e a presença dessas rochas.

Isso porque Stonehenge demonstra um alinhamento curioso em relação ao Sol, ao nascer, no solstício de verão, e entre o pôr-do-Sol durante o solstício de inverno.

Esse alinhamento pode ser visto em mais detalhes nas imagens a seguir, que foram retiradas da página dedicada ao monumento na Wikipedia:

Foto: Solstício de inverno/Wikipedia/Reprodução
Foto: Solstício de verão/Wikipedia/Reprodução

Devido a essas coincidências (ou não), muitas teorias surgiram ao longo dos anos e procuram explicar o real motivo para a existência do monumento. Uma das mais recentes diz que o Stonehenge seria, na realidade, um calendário solar.

De acordo com a teoria publicada na revista Archaeology Journal Antiquity, o Stonehenge seria a representação de um calendário solar extremamente similar ao calendário alexandrino, muito utilizado atualmente.

Ou seja, esse calendário compõe 12 meses de 30 dias e 5 dias epagômenos (dias adicionais para fechar 365) e um dia extra a cada 4 anos, ou seja, um ano bissexto.

Stonehenge: como funciona o calendário?

De acordo com a pesquisa, o calendário seria uma métrica realizada pela multiplicação dos (supostamente) 30 lintéis originais. Os lintéis são as pedras horizontais que ficam equilibradas em cima de duas verticais.

Sendo assim, os supostos 30 lintéis seriam multiplicados por 12, totalizando 360, mais os 5 dias epagômenos, enquanto a presença do ano bissexto seria referente às quatro “pedras da estação”. Segundo essa métrica, os dias seriam calculados pelo alinhamento do sol com o monumento, tal qual pode ser visto nas imagens.

Porém, um estudo realizado pelos professores Juan Antonio Belmonte e Giulio Magli, ambos especialistas na área de Arqueoastronomia, demonstrou que essa teoria é completamente infundada. Segundo os professores, essa teoria é descartável principalmente por conta das questões astronômicas e numerológicas.

Isso porque, mesmo que Stonehenge esteja alinhado com os solstícios de verão e inverno, o alinhamento termina aí. Para que houvesse uma correta relação entre o movimento solar e o monumento, este precisaria de um formato muito mais “fino” a fim de demonstrar as pequenas mudanças que ocorrem dia a dia com a mudança na posição solar.

Logicamente, isso não ocorre, afinal, estamos falando de enormes rochas. Quanto à numerologia, essa é uma questão muito debatida entre os arqueólogos, haja vista afirmar que há uma correlação de números com estruturas sem nenhuma característica explícita que remete a isso é uma questão frágil.

Não há como aferir o que os construtores pensaram ao colocarem as rochas naquela posição ou disposição. Portanto, mesmo que seja uma teoria interessante, não passa de mais outra teoria falha em explicar o Stonehenge.

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