Modo soneca não é seu inimigo, de acordo com a ciência
Quando bem utilizada, ferramenta pode impulsionar o seu dia e aumentar sua capacidade de raciocínio.
O modo soneca nos alarmes de celular é uma ferramenta que muitos usam diariamente para adiar o despertar abrupto pela manhã.
Nesse cenário bastante comum, há uma crença generalizada de que o uso frequente desse recurso pode ser prejudicial para a saúde, o que gera debates sobre seus efeitos e consequências. Essa preocupação se baseia em várias razões.
Sim, modo soneca tem lá seus efeitos negativos
Em primeiro lugar, muitos acreditam que a função “soneca” interrompe o ciclo natural do sono, tornando o despertar mais complicado. O sono é composto de diferentes estágios, incluindo o sono profundo e o REM, ambos essenciais para o descanso e a recuperação do corpo.
Além disso, o uso do modo soneca pode criar um padrão de sono fragmentado, no qual a pessoa acorda várias vezes antes de finalmente se levantar. Essas interrupções, de fato, podem levar a um estado de sonolência durante o dia, dificultando a concentração e o desempenho nas atividades diárias.
Há também a preocupação de que essa ferramenta possa levar à dependência desse hábito, tornando as pessoas mais relutantes em acordar imediatamente quando o alarme toca pela primeira vez.
Essa dependência, por sua vez, afeta negativamente a pontualidade e a capacidade das pessoas de cumprirem horários.
Imagem: Fellow Nekocat/Freepik
No entanto, um estudo revelador mostra benefícios
Por outro lado, um estudo realizado por uma universidade em Estocolmo, na Suécia, e publicado no Journal of Sleep Research, lança luz sobre o assunto do modo soneca.
Os pesquisadores investigaram os efeitos do uso do modo soneca antes de as pessoas realmente acordarem e se levantarem da cama. Por sua vez, os resultados surpreenderam a todos os envolvidos na pesquisa.
O estudo começou entrevistando pessoas que se descreviam como motivadas e capazes de superar o cansaço matinal. Muitas delas admitiram usar o modo soneca regularmente, argumentando que o cansaço inicial ao primeiro toque do alarme era superado pelo segundo toque, ou até mesmo pelo terceiro alarme, que soava cerca de 10 minutos depois.
Tina Sundelin, autora do estudo, observa que, surpreendentemente, o uso do modo soneca não parecia prejudicar o desempenho dessas pessoas. Ao contrário do que muitos pensavam, os participantes do estudo apresentaram um raciocínio um pouco mais rápido quando finalmente se levantaram da cama.
Isso contradiz a crença comum de que o modo soneca afeta negativamente a clareza mental e a produtividade dos indivíduos que o utilizam com frequência.
Outra descoberta interessante do estudo foi que as pessoas que usavam o modo soneca ao acordar tinham uma tendência menor de despertar durante o sono profundo.
Isso pode ser benéfico para permitir que o corpo relaxe e descanse adequadamente, pois acordar durante esse estágio do sono pode resultar em uma sensação de fadiga ao longo do dia.