Memórias de Realengo: série relembra TRAGÉDIA para promover prevenção a massacres em escolas
HBO produz série documental sobre o massacre de doze adolescentes em escola de Realengo, no Rio de Janeiro. A ideia é promover a conscientização sobre misoginia e segurança pública.
Em abril de 2011, uma tragédia chocou o Brasil e o mundo: o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro.
Um ex-aluno invadiu a escola e atirou em estudantes, predominantemente do sexo biológico feminino, resultando na morte de doze crianças e deixando outras tantas feridas.
Esse evento se tornou um marco na história do país e levantou questões importantes sobre segurança nas escolas, saúde mental e misoginia, principalmente nos discursos de ódio promovidos pelos fóruns on-line, como 4chan e Reddit.
Agora, a HBO traz uma série que aborda essa tragédia de forma sensível e realista. A produção busca lançar luz sobre o massacre de Realengo e suas consequências ao mesmo tempo que faz um alerta sobre a importância de identificar e tratar problemas de saúde mental.
HBO Max produz série documental sobre massacre de Realengo
Imagem: HBO Max/Reprodução
O massacre de Realengo, ocorrido em 7 de abril de 2011, foi um evento trágico que abalou o Brasil e o mundo. Naquela manhã, um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, invadiu o local armado com duas pistolas.
Armado e usando um colete à prova de balas, o ex-aluno entrou nas dependências da escola e começou a atirar indiscriminadamente em estudantes, quase todas garotas.
Seu ataque deixou doze crianças mortas, com idades entre 12 e 14 anos, e deixou outras onze feridas. Os relatos daquele dia descrevem cenas de pânico e desespero, com estudantes e funcionários tentando se proteger e fugir do atirador.
A série documental foi intitulada de “Massacre na escola – A tragédia das meninas de Realengo” e estreia em 9 de julho no catálogo do streaming.
A produtora Bianca Lenti falou ao site Omelete sobre os impactos desse massacre na sociedade e sobre o que espera da série documental. A produtora também destacou a importância da atenção dos pais sobre seus filhos e da sociedade com a segurança dos alunos.
“Até quando vamos fechar os nossos olhos para essa nossa responsabilidade enquanto sociedade? Não devemos fiscalizar apenas o que nossos filhos estão consumindo nos seus quartos. Isso é uma responsabilidade nossa enquanto sociedade. E que masculinidade é essa que precisa ser perseguida? Essa masculinidade violenta e bárbara? Por que esses meninos são excluídos e acabam sendo escutados por aliciadores porque não estão sendo escutados em outros lugares? Por que a gente não debate mais sobre essa masculinidade que leva a tragédias como essa? É uma discussão que vai muito além do crime em si. É um alerta geral. A sociedade precisa se mobilizar e falar sobre isso.”
Discussão sobre masculinidade foi esquecida pela mídia?
Na época, durante as coberturas jornalísticas sobre o caso, pouco se falava sobre os impactos dos padrões de masculinidade da sociedade sobre a tragédia.
O massacre foi muito veiculado como consequência de bullying na escola, visto que o perpetuador foi um ex-aluno que tinha histórico de ter sofrido tal violência.
Porém, pesquisas posteriores mostraram que o mesmo frequentava fóruns de discurso de ódio contra mulheres e minorias sociais, que promovem e são a causa principal, até hoje, de outros massacres.
Na nova série documental da HBO Max, o assunto não passará em branco. Confira no trailer: