Mais que 3 horas? Ator diz o que pensa sobre filmes longos
Cineastas debatem duração dos filmes. Nesse meio, há quem acredite na necessidade de compactar narrativas em produções cinematográficas. Concorda?
Recentemente, o longa “Assassino da Lua das Flores”, mais recente filme de Martin Scorsese, foi disponibilizado nos cinemas. Com uma duração total de 3 horas e 26 minutos, o filme se tornou o epicentro de um debate fervoroso, especialmente em redes sociais e fóruns de cinema.
Muitos espectadores expressaram preocupação com a longa duração do filme e nós entendemos. Afinal, não é todo mundo que está acostumado a ir ao cinema e ficar todo esse tempo sem ir ao banheiro (risos).
De todo modo, entre as vozes críticas e contrárias a essa tendência de filmes longuíssimos, destaca-se o renomado diretor Alexander Payne, conhecido por seu trabalho em “Sideways – Entre Umas e Outras”.
Foto de Alexander Payne, cineasta e roteirista americano. Reprodução: Ean Zanni/Patrick McMullan/Getty Images
Payne acredita que os filmes devem ser o mais compactos possível para contar uma história de forma eficiente. Em uma entrevista, ele comentou que, se um filme precisasse de 3 horas e 30 minutos, deveria ser o mais enxuto possível para manter o público envolvido.
A questão da duração não se restringe apenas a Martin Scorsese. Isso porque Christopher Nolan também lançou “Oppenheimer” no mesmo ano, com uma duração de 3 horas.
Qual a visão de Martin Scorsese?
Scorsese, por sua vez, argumenta que as pessoas passam horas assistindo a peças de teatro e séries de televisão. Então, por que o cinema não poderia proporcionar uma experiência mais prolongada e rica, além de merecer o mesmo respeito?
Imagem: raxpixel/Freepik
A discussão sobre a duração dos filmes parece estar longe de chegar a uma conclusão definitiva. Porém, o importante é que cineastas como Scorsese e Payne continuem desafiando as expectativas e moldando a indústria do cinema com suas visões únicas e narrativas envolventes.
Em um trecho da entrevista, Alexander Payne teria dito o seguinte:
“O cinema precisa estar em constante busca pela economia. Normalmente, deseja-se que o roteiro seja o mais curto. Quer-se uma atuação rápida, porém cativante, que dê ritmo básico ao filme. E então, quando se chega à edição, passa-se a desejar que esta seja a mais curta possível.”
Na visão de Payner, “Eleição” (1999), filme dirigido por ele, foi uma de suas produções mais assertivas ao longo de sua carreira.