Macacos na Tailândia podem ser a resposta para mistérios da evolução humana

Sabemos que, mesmo com anos de estudo, muitos aspectos da evolução humana seguem como um grande mistério. Entretanto, alguns macacos da espécie Macaca fascicularis, que estão no Parque Nacional de Phang Nga, podem ser uma peça-chave para os estudos sobre os seres humanos.

Isso porque os mamíferos usam pedras para quebrar cascas de frutos com o lado de fora mais rígido, na intenção de abri-lo e comer o interior nutritivo. Sendo assim, a forma que os primatas fazem isso é bem semelhante ao que os antepassados humanos utilizavam.

Por exemplo, em decorrência do atrito das pedras com os frutos, a pedra acaba se fragmentando. E os cientistas que analisam esse tipo de comportamento afirmam que elas tomam um formato semelhante ao de ferramentas que os antepassados usavam e que foram encontradas em sítios arqueológicos.

As semelhanças podem nos dizer algo

O que mais chama a atenção dos investigadores é que os macacos reproduzem isso de forma acidental. Para quem está envolvido na pesquisa, isso pode ser um registro arqueológico substancial do que já foi reproduzido por seres humanos. Ou seja, é bem possível que haja uma ligação entre os animais e os antepassados humanos.

Lydia Luncz, uma das autoras da pesquisa, afirma que essa ação dos humanos pode ter sido um possível percursor da produção intencional. Confira:

“Partir nozes usando martelos e bigornas de pedra, à semelhança do que alguns primatas hoje fazem, tem sido apontado como um possível precursor da produção intencional de ferramentas de pedra.

Essa descoberta mostra como os primatas que hoje vivem podem ajudar os investigadores a estudar a origem e a evolução do uso de ferramentas na nossa linhagem.”

Sendo assim, é bem possível que os nossos antepassados tenham visto essa ação de animais na época e reproduzido isso. Ao ver que funcionou, pode ser que, a partir disso, a criação de martelos e bigornas com pedras tenha começado.

O estudo é muito importante para encontrarmos mais evidências e tentarmos entender melhor sobre os antepassados dos seres humanos.