Inteligência limitada? Ciência explica se realmente usamos apenas 10% do cérebro

O cérebro humano é um órgão que passa por constantes pesquisas, afinal, seu funcionamento é fascinante. Em algumas teorias, no entanto, acredita-se que utilizamos apenas 10% dele. Será que isso é verdade?

O nosso cérebro controla funções vitais, pensamentos, emoções e coordenação de ações por meio de redes complexas de neurônios. Mas você já parou para pensar o quanto, de fato, utilizamos esse órgão? Segundo o pesquisador e professor de Harvard, William James, ao longo da vida, o homem desenvolve apenas 10% de sua capacidade mental latente. Será que essa conta está certa?

A teoria é antiga, mas ganhou força ao longo dos anos. No entanto, pesquisadores atuais colocaram-na em xeque. Uma professora de neurociência evolutiva de Harvard chamada Erin Hecht explicou o mito ao Live Science, um jornal especializado em ciência. Segundo a especialista, estamos sempre utilizando todo o nosso cérebro.

“Esse mito é tão difundido que os alunos perguntam sobre ele. Nas minhas aulas, sempre alguém traz isso e eu digo: ‘Se você está usando apenas 10% do seu cérebro, provavelmente você está conectado a um ventilador.'”

A pesquisadora faz uma comparação bastante clara para que todos compreendam as funções cerebrais. Segundo ela, é possível comparar o cérebro com o coração, que, mesmo não funcionando em sua capacidade máxima, continua bombeando o sangue para o restante do corpo. Da mesma forma, para a ciência, os neurônios precisam se manter ativos, mesmo que em um nível básico, para se manterem saudáveis.

Foto: Reprodução

Entenda melhor o funcionamento do cérebro

Pesquisadores explicam que o cérebro humano funciona por meio de várias redes e não atua isoladamente em nenhuma delas. Nesse sentido, surge a pergunta: como saber quais partes do órgão estão ativas?

A resposta mais adequada seria dada por meio de um exame de ressonância magnética funcional. O exame mede todas as mudanças de fluxo sanguíneo no cérebro humano, tornando possível a análise de como o órgão responde a variados tipos de estímulos.

Isso indica que há um aumento do uso de energia em diferentes regiões do órgão. Ou seja, as partes que recebem mais sangue estão consumindo mais energia e, consequentemente, é possível concluir que estão mais envolvidas funcionalmente naquele momento.

Cérebro se acostuma com atividades conhecidas

Curiosamente, os estudos relacionados ao cérebro mostram que o órgão recruta menos recursos para as habilidades que já conhecemos bem. Isso ocorre porque os tecidos associados às regiões dessa habilidade aumentam fisicamente. Logo, quanto mais experiente o cérebro se torna em uma habilidade, mais eficiente ele é e, consequentemente, demanda menos energia.

Por todas essas análises e conclusões feitas com base em muita pesquisa, é possível concluir que não utilizamos apenas 10% do nosso cérebro, nem mesmo quando ocorre um acidente, como um derrame ou algo semelhante.

Em casos assim, mesmo com partes danificadas, a mente humana encontra uma forma de trabalhar em sua capacidade máxima e nunca parcial. Incrível, não é?

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