“House of the Dragon”: guerra inútil por um erro de interpretação?
Descubra como o início de uma guerra se deu por conta de um mal-entendido no universo de "House of the Dragons".
Logo nos sete episódios iniciais da série “House of the Dragon”, os roteiristas foram capazes de criar uma história tensa, envolvente e que se desenrolava de forma lenta e o desenvolvimento de personagens nuances. Anos se passam, anos de raiva, dor, ressentimento, angústia e medo, a um patamar em que a guerra entre as duas facções da Casa Targaryen parecia ser completamente impossível de ser evitada – isso até a cena na qual ocorre um jantar, na cena “O Senhor das Marés”, justamente nesse único momento em que a série faz o público acreditar que de fato haveria a possibilidade de uma final diferente, logo nos momentos finais do episódio, não somente a possibilidade de reconciliação, bem como todo o acúmulo dos sete episódios que antecederam o então sétimo episódio, foram totalmente desfeitos.
Tudo isso ocorreu dessa forma, por conta de um erro de interpretação, o que acabou por alterar as impressões das motivações da Rainha Alicent, o que acabou por afetar o futuro de todos ali presentes.
Durante a conversa de Papoula a respeito de como ele verdadeiramente acredita em Aegon, ao ouvir isso, a Rainha Alicente passa a acreditar que se trata de seu filho Aegon, a pessoa de quem ele está falando. Ela passa a acreditar que se trata do “príncipe que foi prometido” e aquele que viria a “unir o reino”, claro, isso tudo enquanto o público está entendendo muito bem do que se trata.
Ou seja, tudo isso começa por um erro de interpretação por parte de Rainha Alicent, o que faz todo aquele tão brevemente criado “final feliz” em nossas mentes se desmancha com igual brevidade.
Desde o começo, a série já vinha preparando o caminho para a guerra civil, todavia, em alguns poucos momentos entre Alicent e Rhaenyra neste episódio em específico, realmente acabamos por ter a impressão de que já não havia mais toda aquela amargura e ofensas passadas por ambos os lados, teriam sido perdoadas por ambos também.
A má interpretação é comum na literatura, no cinema, e na televisão. Na maior parte das vezes envolve um personagem que ouve algo que outro disse e acaba por entender de forma equivocada, mudando completamente o sentido da sentença real dita ou escrita por quem a criou. Isso já ocorreu até mesmo no primeiro filme de “Shrek”, quando Shrek interpreta o “ogro horrível” ao qual Fiona se referia, como sendo ele, quando na realidade, se tratava de Fiona falando sobre si mesma.