Hachiko: conheça a história do cão que inspirou o filme ‘Sempre ao Seu Lado’
Conheça Hachiko, o cão que inspirou o filme 'Sempre ao seu lado', um clássico estrelado por Richard Gere.
O filme “Sempre ao Seu Lado” é um sucesso no cinema e protagonizado por Richard Gere. A história apresentada no filme mostra um professor universitário que, um dia, voltando de seu expediente, encontra um filhotinho de Akita e decide adotá-lo.
O cachorro cresce e continua sempre sendo seu melhor amigo, o esperando todos os dias voltar do trabalho, até depois que Wilson morre.
O filme é baseado em uma história real que aconteceu no Japão entre 1925 e 1935. O dono de Hachiko tinha o nome de Hidesaburo Ueno na vida real.
História real dos bons amigos
O Akita nasceu em uma fazenda em 1923, no dia 10 de novembro, e só foi no ano seguinte que o cãozinho conheceu seu dono, Hidesaburo.
Hidesaburo era professor universitário na Universidade Imperial de Tóquio e morava na capital japonesa. O bairro de Ueno se chamava Shibuya e, todos os dias, Ueno tinha de ir até a estação de Shibuya. Mesmo sendo pequenino, Hachiko já acompanhava seu dono.
Ueno saía pela manhã e Hachiko o esperava até o horário que ele chegava à tarde. Assim, depois de se encontrarem, iam juntos para casa. Essa era a rotina diária dos dois melhores amigos!
Até que um dia, em 1925, as coisas mudaram tragicamente, para infelicidade de Hachiko. Seu dono Ueno, em um dia comum de trabalho, durante uma aula, teve uma hemorragia cerebral e não resistiu.
No dia em que Ueno faleceu, havia um amigo o esperando sem saber de nada do que tinha acontecido. Esse amigo era Hachiko, que estava atento na estação esperando pelo seu dono que descia todos os dias às três horas da tarde.
Todos os dias e ‘Sempre ao Seu Lado’
Um pouco depois que Ueno já havia falecido, Hachiko foi doado para outra família. Não é como se a nova família não o amasse, mas Hachiko fugia todos os dias.
E para quem está se perguntando para onde o cãozinho ia, não é muito difícil de imaginar. Basta se lembrar da estação de Shibuya, pois era lá que Hachiko estava. Era para lá que ele ia todos os dias ao fugir no mesmo horário. Esperando por Ueno que não podia mais voltar, não tinha como voltar!
O cachorro, embora com um propósito único e muito inocente, não era bem interpretado pelas pessoas que trabalhavam na estação de trem, que, por sua vez, ficavam tentando impedi-lo de entrar na estação, procurando formas de retirar Hachiko dali.
Mesmo assim, o amigo leal não se intimidava e continuava retornando, todos os dias. Foi só depois de algum tempo que os funcionários conheceram o propósito de Hachiko.
Isso se deu, pois os funcionários ficaram curiosos acerca do porquê o cachorro ia todos os dias para o mesmo lugar, ficar solitário olhando para os trilhos. Após conhecerem a história de Hachiko, eles conseguiram entender.
Assim, pegos de surpresa e se compadecendo da história de Hachiko, eles passaram a dar comida, água e, às vezes, um olhar caloroso e consolador para o cão.
Hachiko já tinha um destino marcado em sua programação todos os dias, por semanas, meses e anos. Logo, a história dele se espalhou e foi assim que se tornou amplamente conhecida por todos.
Hachiko chamou tanta atenção que um dos alunos de Ueno ficou sabendo da história e precisou ir até a estação de trem de Shibuya para comprovar tudo por si mesmo. Quando ele desceu, quem estava lá? Hachiko, sentado e observando!
Saito, o aluno que havia ido até a estação e encontrado Hachiko, publicou a história na mídia. Assim que a narrativa saiu em um jornal, se espalhou por todo Japão, tornando-se uma espécie de amuleto para os japoneses, um amuleto que representa a lealdade.
Foi em 8 de março de 1935 que Hachiko se foi, depois de nove anos e nove meses indo todos os dias esperar por seu dono que não voltava. Hachiko morreu de câncer, com 11 anos de idade, mas podemos dizer que ele ainda vive na memória de cada um que conhece sua história!
Até mesmo depois da morte, os dois continuaram juntos, já que o cachorro foi cremado e teve suas cinzas colocadas ao lado do túmulo de Ueno. Quando morreu, Hachiko ganhou diversas manchetes dentro e fora do Japão, uma vez que sua vida era tão conhecida.
Logo, o mundo ficou sabendo da história de uma das amizades mais sinceras que pudemos conhecer.
Anos depois, em 1987 que a história foi adaptada pelo cinema pela primeira vez, mas foi só em 2009 que o filme com Richard Gere foi lançado. A adaptação de 2009 seguiu muito mais a história original do que a versão antiga, por isso, foi também a mais famosa.
Hachiko ganhou uma estátua no cruzamento mais famoso de Tóquio, o cruzamento Shibuya, e pode ser observado pelos muitos turistas que vão ao encontro da estátua para admirar a braveza do fiel e leal amigo de Ueno.