Aterrorizante! Criador do Bard diz que inteligência artificial vai ‘eliminar a humanidade’
Pioneiro da IA diz estar arrependido do trabalho ao deixar a empresa.
Geoffrey Hinton é um dos pioneiros responsáveis pela criação da Inteligência Artificial (IA) do Google, que serviu como base na produção dos chatbots como ChatGPT e o Google Bard. Recentemente, o cientista britânico expressou se arrepender de ser o criador do projeto que deu origem às IA. Mas por quê isso?
Antes de entender as motivações de Hinton, é importante entender o impacto do seu trabalho. Ele foi o responsável pelo estudo de redes neurais artificiais, que, explicando de forma bem simplista, são sistemas computacionais capazes de aprimorar conhecimento e aprender sozinhas por processos de erro e acerto. Bem parecido com o que nós, humanos, fazemos.
No entanto, esse estudo, que rendeu a ele o Prêmio Turing em 2018, está se tornando uma fonte de preocupação e arrependimento para o cientista.
Essa foi uma das motivações para que Hinton deixasse o Google. Além disso, ele queria mais liberdade para expressar seus posicionamentos sobre o assunto.
A criação da IA do Google
Basicamente, Hinton correu no Google para que os cientistas da Microsoft pudessem voar. Com base nos seus estudos, ele desenvolveu uma rede neural que consegue aprender sozinha a identificar objetos ou seres como cães, gatos e flores depois de analisar um banco de imagens.
Esse projeto foi um dos pilares para a criação dos chatbots ChatGPT, da OpenAI, e do Google, o Bard. Mas o Bard do Google foi uma manobra apressada.
Em entrevista ao New York Times, o cientista conta que a gestão do Google para o uso e lançamento das inteligências artificiais era satisfatório até a Microsoft anunciar o novo buscador Bing com suporte ao ChatGPT.
Ao se sentir ameaçado pelo avanço da concorrente, o Google entrou nessa corrida tecnológica e lançou, às pressas, o Bard AI. Hinton acredita que não possam parar essa corrida, mas que o uso indiscriminado e não bem gerido das IA contribui para a disseminação de desinformação.
Ele acrescenta que a má aplicação das IA pode resultar em um cenário lotado de informações, fotos e textos falsos, no qual ninguém vai ser capaz de discernir o que é verdade e o que não é. Para aplacar a preocupação, Hinton diz que:
“Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito. É difícil ver como pode impedir que pessoas mal-intencionadas usem a IA para coisas ruins.”
Preocupações são geradas
Além da disseminação da desinformação e de notícias falsas, Hinton teme os efeitos das inteligências artificiais em longo prazo. Ele acredita que, no futuro, essas tecnologias vão eliminar postos de trabalho e, possivelmente, a humanidade, uma vez que elas podem ser capazes de escrever e executar o próprio código.
O acadêmico está entre os grupos de pesquisa que acreditam no desenvolvimento de superinteligências, que são inteligências artificiais com inteligências superiores às capacidades humanas. Ele estima que essas tecnologias devam ser desenvolvidas em menos de 30 anos.
Sobre a declaração de Hinton, Jeff Dean, cientista-chefe do Google, declarou:
“Continuamos comprometidos com uma abordagem responsável da IA. Estamos aprendendo continuamente a entender os riscos emergentes e, ao mesmo tempo, inovar com ousadia.”