Fumar na adolescência pode REDUZIR o cérebro? É isso que um estudo recente parece indicar

Analisando mais de 800 participantes por certo período, os pesquisadores puderam confirmar alguns danos cerebrais chocantes originados pela prática de fumar.

Mesmo diante dos inúmeros alertas sobre os perigos do tabagismo, é preocupante constatar que muitas pessoas ainda insistem em fumar. Muitos acreditam que essa persistência pode ser atribuída, em parte, à influência de tendências sociais e à associação do ato de fumar a um estilo de vida rebelde ou singular. No entanto, a principal causa é o vício.

Infelizmente, os adolescentes não escapam dessa contagem crescente de fumantes na sociedade, sendo um dos grupos com um número significativo de usuários de cigarro.

No entanto, o problema é que o ato de fumar nessa idade se mostra ainda mais maléfico, podendo apresentar um risco muito mais perigoso do que se imagina, conforme revelado por um recente estudo: a redução da massa cinzenta do cérebro.

Estudo revela danos ao cérebro de adolescentes que fumam

Imagem: Chayanuphol/Shutterstock

Fumar é uma das principais causas de mortalidade entre adultos em todo o mundo, sendo mais provável que o seu início ocorra durante a adolescência. De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Fudan e da Universidade de Cambridge, esse dado é extremamente preocupante.

Para compreender melhor essa conexão, os cientistas analisaram exames de ressonância magnética cerebral de mais de 800 pessoas de diversos países e idades. Ainda, aplicaram questionários sobre traços de personalidade. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

As imagens indicam, com clareza, que os adolescentes que iniciam a prática do tabagismo aos 14 anos apresentam uma redução significativa na massa cinzenta do córtex pré-frontal ventromedial esquerdo. Essa é uma parte crucial do cérebro responsável pela tomada de decisões e autocontrole.

Cinco anos depois, esse grupo também demonstrou uma diminuição na massa cinzenta na parte oposta da mesma região cerebral, associada ao prazer.

O grupo de pessoas que iniciou o tabagismo aos 19 anos também apresentou uma perda de massa cinzenta no lado esquerdo do cérebro, mantendo o direito intacto. Isso sugere uma relação com o biomarcador de vício no lobo frontal esquerdo.

Os questionários revelaram que os adolescentes com uma maior propensão à busca por sensações apresentaram uma redução da massa cinzenta cerebral no lado direito do córtex pré-frontal ventromedial.

Enquanto isso, aqueles com maior busca por novidades tinham menos massa cinzenta à esquerda, o que resulta em maior propensão ao risco.

Espera-se que as evidências apresentadas pelo estudo, com os dados disponíveis na literatura, possam ser utilizadas para pensar em alternativas para a diminuição de riscos e afastamento dos adolescentes em relação ao cigarro.

você pode gostar também