Fim de uma era? Produções de animações em 3D estão em declínio

A procura por produções de animações 3D perdeu a força consideravelmente nos últimos anos; entenda o que motivou esse cenário.

Fim de uma era: o domínio da animação 3D parece estar chegando ao fim, à medida que os animadores estão abandonando a busca pela alta fidelidade em favor de estilos mais pictóricos.

Um exemplo disso é o próximo filme da Disney, “Wish”, que apresenta ambientes ornamentados e cheios de arquitetura intrincada, mas com um estilo de animação que remete a um livro pop-up, com cenas 2D desenhadas à mão.

A volta aos efeitos feitos à mão livre está sendo uma nova inclinação da indústria; o que pode parecer bater de contraponto ao excessivo crescimento de utilização de IA para tais trabalhos, mas é apenas para se adaptar as mudanças sazonais de preferências do público.

Mudança em diversos mercados do entretenimento

Essa tendência de voltar a uma estética mais artesanal está se manifestando não apenas na animação, mas também nos videogames.

Os exemplos mais interessantes de animação atualmente abraçam uma abordagem não fotorrealista, com desenhos 2D, recriação de aquarelas e tintas, e até mesmo um visual final não polido de propósito.

Os animadores estão explorando novas formas de utilizar ferramentas como ativos 3D, combinando-as com técnicas mais artísticas, como shaders.

Durante a década de 1990, o 3D se tornou o futuro tanto para a animação quanto para os videogames. Filmes como “Toy Story” e “Shrek” impulsionaram a popularidade da animação 3D, que dominou as bilheterias durante os anos 2000.

No entanto, filmes renderizados de forma não fotorrealista, como “Spirited Away”, não tiveram o mesmo sucesso comercial.

Imagem: Shedworks/Reprodução

Atualmente, o 3D ainda é amplamente utilizado na maioria dos filmes de animação e programas de televisão, pois oferece uma representação mais realista do mundo físico.

No entanto, os animadores estão cada vez mais explorando estilos mais artesanais, combinando imagens 2D e 3D de maneiras inovadoras.

Essa mudança de estilo não é uma rejeição à tecnologia, mas sim uma expansão das possibilidades criativas. Com hardware aprimorado e um público mais sofisticado, os animadores têm a liberdade de explorar estilos mais pictóricos e experimentais.

O sucesso dos filmes “Homem-aranha no Aranhaverso” e “Homem-aranha através do Aranhaverso“, que utilizou uma estética não fotorrealista, demonstrou que o público está receptivo a novas abordagens visuais.

No mundo dos videogames, os jogos independentes têm sido pioneiros nessa estética mais artesanal, com títulos como “Gris” e “Sable” apresentando visuais únicos e inspirados em diferentes formas de arte.

A Nintendo também é conhecida por sua direção de arte experimental, com jogos como “Yoshi’s Crafted World” e “Paper Mario” apresentando mundos feitos de materiais artesanais.

No entanto, é importante ressaltar que o estilo de arte por si só não garante o sucesso de uma produção. Uma história forte continua sendo o elemento chave para determinar o impacto e a longevidade de um filme ou jogo.

Embora o 3D ainda tenha seu lugar na indústria, os animadores estão explorando novas possibilidades estéticas e abraçando estilos mais artísticos, o que certamente trará uma riqueza visual e narrativa às futuras produções.

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