Ferramentas antigas na Europa apontam rota inesperada de colonização
Uma descoberta recente na Europa pode reescrever os livros de história: ferramentas de 1,4 milhão de anos desafiam teorias anteriores.
Novas descobertas na área da geologia na Europa estão sacudindo o que pensávamos saber sobre a colonização do continente europeu.
Foi em um sítio arqueológico, localizado no oeste da Ucrânia, chamado Korolevo, onde arqueólogos desenterraram ferramentas feitas de pedra com uma idade surpreendente de 1,4 milhão de anos.
Tais artefatos, que logo foram atribuídos aos nossos ancestrais, Homo erectus, são os mais antigos já encontrados na Europa.
Pesquisa que descobriu a idade do artefato
Até recentemente, a idade dessas ferramentas era um mistério. Embora tenham sido descobertas pela primeira vez na década de 1980, a tecnologia da época não permitia datá-las com precisão.
Artefatos encontrados em 1980 têm idade revelada – Imagem: Roman Garba/Reprodução
Mas, recentemente, os cientistas deram um passo à frente na tecnologia, o que os ajudou a descobrir a idade de tais ferramentas de forma mais precisa.
Eles usaram uma técnica supermoderna que até envolve o estudo das estrelas, incluindo as supernovas, com isso, conseguiram determinar que esses utensílios têm cerca de 1,4 milhão de anos.
O método para descobrir a idade das pedras envolveu a análise dos efeitos dos raios cósmicos produzidos por supernovas.
Tais raios, ao atingirem a Terra, interagem com os minerais, deixando uma marca que pode ser medida.
Então, os cientistas empregaram um acelerador de partículas para saber quantos raios cósmicos aquelas ferramentas já receberam.
Foi assim que os pesquisadores puderam calcular a idade com precisão, como nunca tinha acontecido.
O que tais descobertas trazem de novo?
A pesquisa não apenas mostra sobre a antiguidade dos humanos na Europa, mas também muda como sempre compreendemos a rota da colonização humana do continente.
Roman Garba, arqueólogo do Instituto de Física da República Checa e um dos autores do estudo, ressalta que, durante muito tempo, o foco do estudo da evolução humana na Europa esteve na França ou Espanha, deixando a Europa Central e Oriental de lado.
Porém, a descoberta dessas ferramentas sugere que os primeiros humanos podem ter chegado ao continente por meio de rotas que nunca tinham sido consideradas, possivelmente seguindo o curso do rio Danúbio a partir do sudeste.
Mapa do rio Danúbio – Imagem: Jornal GGN/Reprodução
Essa nova evidência muda o que nós sabíamos sobre como as pessoas antigas vieram para a Europa da África. Tudo isso nos diz que, talvez, seja mais difícil entender como a Europa foi colonizada.
Tais descobertas são superimportantes para os estudos de arqueologia e vão nos ajudar a aprender mais sobre como as pessoas viviam nesse continente antigamente.