Euphoria: produtores conhecem bem seu produto

A série Euphoria conseguiu cativar o público desde o primeiro episódio

Euphoria recebeu indicações para o British Academy Television Award de Melhor Programa Internacional e para o TCA Award de Melhor Série Notável. Por sua atuação, Zendaya ganhou o Primetime Emmy Award e o Satellite Award de Melhor Atriz em Série Dramática.

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Diferentemente das séries voltadas ao público adolescente, Euphoria traz verdades escancaradas para o público deglutir. O problema é que a produção pode ser um tanto quanto indigesta para boa parte da audiência. Polêmica é uma boa palavra para resumir a obra estrelada por Zendaya.

À vista disso, a primeira temporada da série chegou numa época em que as tensões culturais estavam em relativa pressão, tencionando essa dinâmica. Dessa forma, o que rege o universo retratado por Euphoria é (condizente com o título) a sensação de intensidade.

A maneira como os personagens interagem entre si, suas perspectivas sobre o mundo em que vivem, as pressões e soluções encontradas para conflitos são sempre isso: Intensas. E com o objetivo de produzir um argumento sobre os problemas que mais afligem esta geração atual caracteristicamente, o que podemos esperar é uma construção que não pretende se conter para chocar o espectador, seja este parte da geração em questão ou não.

A narrativa de Euphoria também é trabalhada com mais personalidade do que se esperaria, encaixando eventos e sequências ilustrativas em meio à narração da protagonista e, eficientemente, direcionando a compreensão e as reações emocionais do espectador.

As imagens chocantes são frequentes, a maneiras como as cenas são posicionadas em meio ao ritmo de cada cena faz com que essas sejam confrontantes, proporcionando o impacto necessário para que a série atinja seu público da maneira que almeja, mas sem apresentar uma irresponsabilidade que costuma ser um problema sério em outras produções supostamente “transgressoras” e “provocativas”.

Não obstante, a segunda temporada da série vem mostrando que não é qualquer coisa, elevando o show a outro nível. De fato, caso você não queria assistir a primeira temporada — e eu duvido muito que não tenha surgido o interesse depois dessa descrição —, realmente não há necessidade.

A segunda temporada de Euphoria parece ter aprendido a confiar em si mesmo para causar uma impressão, não importa o que aconteça. A temporada dois criou cenas inspiradas em pinturas clássicas, sonhos de febre dothraki, e outros florescimentos bem-vindos que enfatizam a energia da narrativa e o estado mental do personagem, em vez de simplesmente adicionar um brilho de papoula ao processo. Ou seja, tudo que você precisa para apreciar a série encontra-se na segunda temporada.

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