Estudo identifica principais fatores de risco para demência no Brasil

Saiba como a prevenção pode reduzir significativamente a incidência desta doença.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) lançou novas perspectivas sobre a demência no Brasil, identificando 12 fatores de risco que influenciam no desenvolvimento dessa doença.

A pesquisa utilizou dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento no Brasil (ELSI-Brasil), contando com a participação de 9.412 pessoas de diferentes regiões, com média de idade de 63 anos.

Fatores que aumentam risco de demência

Entre os fatores identificados, a baixa escolaridade foi apontada como o principal contribuinte, relacionada a 7,7% dos casos de demência.

Além disso, a hipertensão e a perda auditiva surgem como fatores significativos, correspondendo a 7,6% e 6,8% dos casos, respectivamente.

Juntos, esses três fatores compõem 22% dos casos de demência no Brasil, ressaltando a necessidade de ações preventivas urgentes.

A Dra. Claudia Kimie Suemoto, geriatra e líder da pesquisa, destacou a importância de políticas públicas focadas na prevenção, especialmente em fatores modificáveis.

Ela salientou que a prevenção deve começar cedo, abrangendo riscos desde a infância até a idade adulta.

Imagem: Merve ÇAKIR/Pexels

O estudo também revelou que quase metade dos casos de demência (48,2%) poderia ser evitada ou adiada se essas condições fossem controladas ou monitoradas adequadamente.

Além dos três fatores principais, outras condições incluem obesidade, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesões cerebrais traumáticas, sedentarismo, depressão, tabagismo, isolamento social e exposição à poluição atmosférica.

Pesquisadores da Universidade de Oxford realizaram um estudo significativo, publicado na BMJ Mental Health, que analisou 28 fatores de risco para demência e sua relação com a incidência de novos casos da doença.

Descobriu-se que 11 fatores estão associados de maneira mais significativa a um risco maior para a demência, dos quais 8 são modificáveis.

Isso inclui educação, histórico de diabetes, depressão, histórico de AVC, classe socioeconômica mais baixa, pressão alta, colesterol alto e morar sozinho.

A análise mostrou ainda que a ordem dos principais fatores de risco varia entre diferentes grupos raciais, indicando a necessidade de abordagens preventivas que considerem as particularidades de cada grupo.

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