Estudantes desenvolvem IA que revela a origem de fotos com precisão

Projeto Pigeon, criado por alunos da Universidade de Stanford, utiliza IA para identificar locais de fotos com 95% de precisão, o que levanta debates sobre privacidade.

Um recente projeto inovador de inteligência artificial (IA) tem dado o que falar. Batizado de Pigeon (Predicting Image Geolocations), essa IA foi desenvolvida por estudantes da Universidade de Stanford.

A ferramenta, capaz de identificar a localização exata onde as fotos foram tiradas, utiliza o vasto banco de dados do Google Street View como referência.

Segundo os estudantes responsáveis, a tecnologia demonstrou uma notável taxa de sucesso de 95% ao adivinhar corretamente o país de origem das imagens, ao aproximar-se a cerca de 40 quilômetros do local real.

Contudo, em virtude do potencial uso indevido da ferramenta, como vigilância e perseguição, o grupo optou por não disponibilizá-la publicamente e escolheu compartilhar suas descobertas em um artigo acadêmico.

Projeto Pigeon foi elaborado por alunos de Stanford – Imagem: Shutterstock/SomYuZu/Reprodução

Origens do Pigeon

A inspiração para criar a solução peculiar surgiu do interesse do grupo pelo jogo online GeoGuessr. Nele, os participantes são desafiados a identificar locais ao redor do mundo com base em imagens do Google Street View. A ideia dos estudantes de Stanford era superar os seres humanos nesse desafio com uma IA.

Para alcançar esse feito, os alunos recorreram ao poderoso modelo de rede neural CLIP, da OpenAI, especializado em aprender conceitos visuais a partir de linguagem natural.

Ao treinar o Pigeon com mais de 500 mil imagens do Google Street View, o grupo conseguiu instruir a ferramenta a classificar fotos com base em suas geolocalizações.

Apesar da base de dados ser relativamente pequena quando comparada ao vasto catálogo de mais de 220 bilhões de imagens do Street View, o Pigeon impressionou os desenvolvedores com sua precisão.

Potenciais aplicações e preocupações éticas

Os estudantes destacam que a ferramenta de geolocalização poderia ter diversas aplicações benéficas, como identificar infraestruturas que necessitam de reparos ou monitorar a biodiversidade em determinadas regiões. No entanto, as preocupações com possíveis abusos superam os benefícios propostos.

Além de colocar pessoas sob risco de perseguição, o Pigeon poderia ser explorado para fins ilícitos, como espionagem e vigilância governamental.

Embora a IA ainda não esteja disponível ao público, o projeto serve como alerta sobre os potenciais usos nocivos que podem surgir com o desenvolvimento desse tipo de tecnologia.

Curiosamente, a notícia sobre o Pigeon surge em meio ao lançamento, pelo Instagram, de uma ferramenta de IA capaz de alterar o fundo de imagens.

Isso levanta questionamentos a respeito do futuro das publicações nas redes sociais e a necessidade crescente de garantir a privacidade dos usuários.

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