Bolhas de Fermi: a descoberta astronômica que segue sem explicação há 13 anos

Há duas estruturas em forma de bolhas no centro da Via Láctea que liberam intensas quantidades de raios gama, mas os cientistas ainda não sabem sua origem.

Desde que começaram as pesquisas espaciais em busca de novos conhecimentos sobre o universo, diversas estruturas astronômicas foram observadas pelos telescópios e sondas espalhadas pelo espaço.

Há cerca de 13 anos, o Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi fez uma descoberta de dois fenômenos em nossa galáxia que intrigam a comunidade científica sobre sua origem.

Chamada de “Fermi Bubbles” (ou “Bolhas de Fermi“), essa estrutura é composta por gás e poeira, que formam duas bolhas gigantes e liberam radiação gama. Centralizadas no cerne da galáxia, elas apresentam uma estrutura de bolhas para cima e para baixo ao plano da Via Láctea.

Você pode conferir como funciona a estrutura das “Fermi Bubbles” na imagem abaixo. Nela, é visível que as gigantescas massas de poeira e gás podem chegar a 25.000 anos-luz cada uma. Ainda que sua origem seja desconhecida, a formação libera energia constantemente até a frequência mais alta: os raios gama.

Confira as Bolhas de Fermi na imagem abaixo:

Foto: Reprodução/NASA

Como é possível analisar na imagem, são duas gigantescas massas que expelem energia consecutivamente pela extensão total de 50.000 anos-luz. Segundo um relatório do IceCube Neutrino Observatory, que fica localizado na Antártica, foram localizados cerca de 10 super neutrinos de alta energia que se originaram dessas bolhas gigantescas.

É um enorme mistério de onde vem a energia emanada dessas bolhas, já que as partículas de raios cósmicos ao interagirem com o material espacial produzem alta energia, conhecida como raios gama, que espalham brilhos intensos. Contudo, a energia gama liberada pelas bolhas é maior do que em toda a galáxia.

Suposições da origem das Bolhas de Fermi

A teoria mais aceita pela comunidade científica é a de que as Bolhas de Fermi estão diretamente relacionadas com o buraco negro supermassivo que existe no centro da galáxia. Essa relação é a mais aceita devido aos conhecimentos sobre como funciona a pressão exercida pela massa gravitacional e o horizonte de eventos.

Sendo um produto de Sagitário A, é possível que o funcionamento seja igual ao de outras galáxias, onde os buracos negros, ao absorverem grandes massas, liberam jatos de energia e luz, o que condiz diretamente com a estrutura das bolhas, onde há 25.000 anos-luz de distância para ambos os lados.

Além de acreditar que o buraco negro supermassivo da Via Láctea tenha puxado grandes massas de energia e alimentado essa estrutura com energia constante há milhões de anos, também é possível que uma estrela gigante tenha se aproximado demais do campo gravitacional e, ao ser puxada para o centro, liberou essa onda de energia.

De toda forma, são hipóteses que trabalham conjuntas à relatividade dos buracos negros. O evento que originou a estrutura ainda é desconhecido, contudo, segue sendo provável que as Bolhas de Fermi sejam um produto do material suprimido pela gravidade de Sagitário A.

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